Francisco Carlos Caldas

Tem uma sátira que este pensante e escriba muito gosta, e a primeira vez que ouvimos e vimos foi num programa do Rolando Boldrin, de um político que morreu e antes de sua entrada para o céu ou inferno teve a oportunidade de teste e escolha de um local ou outro. E no inferno esteve em época de campanha eleitoral, e se encantou com os agrados do tinhoso: belas mulheres, músicas, danças, bebida e comidas finas, companhia de muitos companheiros/correlegionários, e apesar do céu ser um lugar muito bom, calmo, tranquilo, bonito, de paz, optou pelo inferno.

Só que quando  chegou lá de volta, o cenário estava todo mudado (merda, lixo, mau cheiro, poluição, fogo, fumaça, falta de ar puro, cachorrada nas ruas e males do gênero), e o morto surpreso indagou ao capeta sobre a mudança ocorrida, e o Lúcifer explicou, é que você teve aqui antes em época de campanha eleitoral e agora vai ter que enfrentar o martírio, a dura, árdua e angustiante realidade desse local que você veio habitar. É aquela velha história, a decisão de vida virtuosa ou vícios/males, céu ou inferno está em cada um de nós, salvo os mistérios de algumas fatalidades inexplicáveis a luz da razão.

Em 2004 abordamos sobre a sátira acima num comício, em alerta dos falsos amores ao povo e causas públicas, as promessas de trabalho e sacrifício para o bem comum, e grandes realizações de candidatos, e que muitos depois de eleitos e no poder, mudam da água para o vinho, do ouro para o couro, da prata para a lata.

Na edição nº. 278 de 26/12/2010 do Jornal “Fatos do Iguaçu”, foi publicado a crônica 427 de nossa lavra, intitulada “Deus no palanque”, em que a abordagem esteve na linha desta reflexão.

Como dizia o genial Leonardo da Vinci, “Quem pensa pouco, sofre muito” e época de eleições – campanha eleitoral, é um momento propício para a gente refletir e aguçar MECANISMOS DE DEFESA, contra os falsos profetas, prometedores hipócritas, lobos travestidos em pele de cordeiros.

Em épocas de campanha se ouve muitas falas de  grandes colheitas sem o árduo trabalho de semeaduras; promessas de benesses, dação e gratuidades das coisas, e de muita fartura de leite e mel  como se vacas fosse ordenhadas no céu para ser distribuído leite na terra, e abelhas não dependessem do néctar e das flores para produzirem mel.

Gente que tem solução para tudo, as vezes e até válido que seja testado no poder. Não resolvendo ou atenuando os problemas, pelo menos se cai na real do que é bom par a tosse, e vai a pessoa ser desmascarada na sua ilusão, ineficiência, enganação e incoerência.

É fácil longe do poder ou da solução dos problemas, dizer que vai resolvê-los,  e as distorções e injustiças; já o enfrentar o real, a realidade é outra. Agora há muita coisa que  depende  mais de BOA VONTADE, como é hoje o caso de REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA, facilitados com os meios surgidos com o REURB-S e REURB-E (Lei nº. 13.465/2017); correta separação e destinação de resíduos sólidos; controle ético de reprodução de cães como previsto na Lei nº. 1.891/2014, de projeto de nosso esboço.

Estradas sem planejamento estratégico, racional MAPA RODOVIÁRIO, para ações pontuais e prioritárias em locais precários e de mais demanda como estradas arteriais, de transporte escolar, linha de leite básicas de escoamento de produções, as coisas estão mais para empulhação e desperdícios, que o diga o que ocorre em estradas patroladas, com terras mexidas e jogadas em leito, que se vier chuvas antes de o leito ficar firme do próprio trânsito ou ações do Rolo, as coisas “pioreiam”  como diz o matuto.

Este pensante e escriba, teve 4 mandatos eletivos (3 de Vereador e um de Vice-Prefeito), e apesar de muitas peleias, conquistas, realizações; fracassos  houveram mas meio que em tudo sem: enganação, estelionato eleitoral, patrimonialismo, incoerência e males do gênero. E assim é melhor, ou menos pior.

Em todos os momentos mas principalmente em período eleitoral, é salutar ficarmos atentos, precavidos, em procurarmos fazer escolhas de pessoas especiais, talentosas, virtuosas e humanas, e não cairmos na lábia dos que querem se passar por  anjos, deuses, heróis,  salvadores da Pátria, ou dos que já mostraram que são corruptos, larápios, desonestos, ainda que a cultura brasileira e sistema político seja muito complexo, delicado e difícil escapar e sair ileso dessa conjuntura/contexto.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).

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