Celulares apreendidos no Colégio Santo Antonio | Foto: Paulo Lauxen/Fatos do Iguaçu

Reportagem publicada na edição nº: 541 de 23 de março de 2012

            É imprescindível que as pessoas acompanhem as evoluções tecnológicas. De uma forma ou de outra, computadores, celulares, internet, entre muitas outras coisas, afetam os hábitos dos cidadãos de quaisquer lugares.

            Em Pinhão não é diferente. As novidades estão chegando e, principalmente entre os jovens. É ai que entra a utilização dos aparelhos celulares  nas salas de aula. Como não é um artigo pedagógico, não deveria ser utilizado nas aulas, além disso, é regra nas escolas a proibição do uso desse aparelho.

A regra deveria servir para resolver o problema, mas na prática as coisas não funcionam. A grande maioria dos alunos leva celulares para a escola mesmo tendo consciência que seu uso não é permitido, atrapalhando os professores e a própria aprendizagem.  “Temos vários problemas, tanto com alunos como com professores, às vezes são os professores que deixam os alunos utilizarem o celular, indo contra a regra, dessa forma os alunos se sentem confusos, um deixa o outro não”, ressaltou a pedagoga do Colégio Estadual Santo Antônio, Cristiane Sulamar Tschâ.

Mas a maioria dos educadores leva a regra a sério e retém os celulares. “Só para ter uma idéia, hoje nós temos cerca de 10 celulares confiscados que os pais ainda não vieram retirar. Segundo a pedagoga, são as meninas que geram mais problemas. “Elas gostam de mandar mensagens para as amigas e responder as mensagens mandadas pelos meninos”, comenta.

Alunos do Colégio Santo Antonio

            Os alunos têm conhecimento das regras e sabem que a estão infringindo quando o usam, mas mesmo assim enviam um torpedo aqui e recebe outro acolá. “Eu sei que a regra é não usar celular e que não respeitar atrapalha no meu rendimento, mas quando a aula começa a ficar muito chata eu pego o celular e, pra descontrair um pouco, acabo mandando umas mensagens escondidas, pro professor não ver”, explica Alessandro Vesolowiski, aluno do ensino médio do Colégio Estadual Procópio Ferreira Caldas.

Outro aluno, João Delmar de Souza, diz que se o uso do aparelho for discreto não afeta no andamento da aula. Mas, quando os professores flagram o aluno no ato, tomam o celular. “Os alunos não gostam, reclamam muito. Eles dizem que a medida é muito extrema”, comenta a pedagoga Cristiane.

Reter o celular é uma das poucas soluções encontradas pelos educadores. Segundo o diretor do Colégio Estadual Mário Evaldo Morski, Ricardo Miguel Druchak, se todo professor cortar qualquer contato com o aparelho pelo aluno, o problema poderia ser resolvido. “Aqui no Morski a regra funciona, há poucas ocorrências se levarmos em consideração a quantidade de alunos”.

A professora Marlene Bertoline e a professora Miriam Francesconi, assim como outros professores, afirmaram que o uso do celular nas salas de aula prejudica, desconcentrando o aluno e os demais. Prejudica a explicação do professor, que precisa interromper a aula e pedir mais concentração aos alunos.

Segundo Celso Luis Calisario, policial da Patrulha Escolar, muitas vezes os professores têm medo de agir sobre o aluno, de tomar o celular por causa de ameaças verbais que alguns alunos fazem contra os professores. “Nessas situações, outras autoridades devem ser envolvidas, como a patrulha escolar, mas o professor é autoridade dentro da sala de aula e tem o direito de tomar o aparelho para que apenas o responsável pelo aluno o retire na direção ou setor pedagógico”, disse o policial. Celso enfatiza ainda que qualquer material que for levado para a escola é de total responsabilidade do aluno e não é recomendado levar aparelhos tecnológicos para a escola, principalmente para evitar furtos.

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