A Menopausa

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Ondas de calor, sudorese intensa, despertar noturno, palpitação sem esforço físico, dores musculares e articulares, oscilações de humor, dor de cabeça, secura vaginal…

Esses são alguns dos sintomas da menopausa, os quais nem sempre representam motivos para tirar o sono das mulheres. Nessa fase da vida, uma das principais reclamações é o indesejável ganho de peso. Mas será que essa transformação realmente tem alguma relação com a menopausa?

A verdade é que não há respostas conclusivas. É sim mais comum que as mulheres apresentem sobrepeso e obesidade em relação aos homens, mas esse ganho ocorre em ambos com o passar da idade, pois está relacionado ao processo de envelhecimento. “A questão é que a falta de hormônios pós-menopausa muda a distribuição de gordura no corpo”, explica Luciano de Melo Pompei, secretário-geral da SOGESP.

A população feminina normalmente tem mais gordura na região das coxas e do quadril. No climatério, esse tipo diminui e aumenta a abdominal, seguindo-se de maiores riscos de problemas cardíacos. Os hormônios em si não resultam no ganho de peso, haja vista que as meninas não apresentam acréscimos significativos após a primeira menstruação, quando sua produção aumenta.

Por outro lado, estão diretamente relacionados a questão de distribuição: “O problema é que o ganho de peso é concomitante ao envelhecimento, e as mulheres confundem muito isso”, opina Pompei. Nesses casos, a reposição hormonal pode ser interessante. Apesar de estudos apresentarem dados conflitantes sobre sua interferência no peso, percebe-se o favorecimento da gordura periférica entre as mulheres, diminuindo o risco cardíaco.

Além disso, existe ainda uma questão hereditária. “Se a mulher tem um padrão genético magro, provavelmente continuará assim após a menopausa”, explica Pompei. Já o contrário é difícil de acontecer: “Não é comum mulheres emagrecerem nessa fase, pois elas ganham peso com o passar dos anos e começam a sentir as alterações na distribuição de gordura”, pondera.

O especialista explica ainda que não há nenhum estudo conclusivo sobre a relação entre menopausa e dificuldade para emagrecer. Ainda assim, de acordo com sua experiência clínica, ele acredita que a dificuldade seja igual ou maior. Nesse contexto, é importante manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e atividades físicas. Algumas mulheres recorrem a tratamentos medicamentosos, mas é importante ter em mente que não existe um remédio que sozinho solucione o problema da obesidade. Essa é uma doença crônica e deve ser tratada como tal, em acompanhamento dedicado e contínuo.

Outro fator significativo após a menopausa é a necessidade de atentar-se com mais cuidado a outras doenças. Exames como mamografia, dosagem de colesterol ou glicemia, avaliações cardiológicas, rastreamento de cânceres, entre outros, são fundamentais. “É indispensável ir ao médico regularmente para que ele possa rastrear doenças silenciosas antes que elas se agravem e orientar a paciente adequadamente”, recomenda Pompei.

Fonte: Revista da Mulher SOGESP

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