Por Marcos Serpa
No lombo do chão
Desenho o próprio caminho
Carregando todos os espinhos
Que assombram minha sina,
Com cheiro de creolina,
Gastando o aço da espora,
Sempre da porteira pra fora,
Sem deixar rastro pros outros,
Me criei livre igual potro
Corcoveadornas auroras.
Meu mundo é sem divisa
Por isso a cada lugar
Me faço num desencilhar,
Quando a noite pede pousada
Junto de uma boa aguada
Com nuvens brancas pairando
Meu flete se rebolcando,
Velado de pirilampos,
Que cortejam pelos campos
De clarão lunar se emponchando.
Por isso talvez o meu tempo,
Esteja a um passo a frente,
Faz dum passado o presente,
A cada légua vencida
Pelas volteadas da vida,
Me amadrinha e reponta,
Mas a cada dia desconta
Contando lua por lua
Que mais parece uma pua,
Que quase trocamo de ponta.
Esta vai pra meu amigo Naor Coelho, que apostou em mim lá em 2007, e tamo ai até hoje ombreando esta lida xucra no chão bruto do verso…uiaaaaaaa!!!
LUA NOVA – MAIO/2019