A aposta da Arábia Saudita na Copa é o atacante Mohammad Al Sahlawi, que possui boa presença de área e costuma fazer seus gols quando as oportunidades aparecem. No entanto, sem nenhuma grande estrela e com jogadores pouco experientes em competições internacionais, a equipe entra na Copa sem grandes perspectivas, já que está em um nível muito abaixo de seus rivais de grupo, sendo uma surpresa a classificação para as oitavas de final.
Por Paulo Henrique Gomes
Hoje vamos falar de uma seleção que provavelmente não vai chegar muito longe na Copa. A Arábia Saudita vem para a sua quinta participação em Copas do Mundo após se classificar em segundo lugar no grupo B das Eliminatórias Asiáticas. Fora da competição há duas edições, a seleção saudita busca superar o seu melhor desempenho no torneio mundial, que foi em 1994, quando foi eliminada pela Suécia nas oitavas de final. A Arábia Saudita está no grupo A da competição, ao lado de Egito, Rússia e Uruguai.
Os últimos 10 anos foram difíceis para a seleção saudita, que não se classificou para as Copas de 2010 e 2014, além de não passar da fase de grupos das Copas da Ásia de 2011 e 2015. A volta por cima veio em 2017, quando o país se classificou para a Copa do Mundo da Rússia de 2018 após ficar em segundo lugar no grupo B das Eliminatórias da Ásia.
A equipe desbancou a Austrália, que ficou em terceiro lugar, e se classificou após vencer o Japão por 1 a 0, diante de sua torcida, na última rodada do torneio. Com os mesmos 19 pontos da Austrália, a Arábia Saudita se classificou de forma direta para a Copa no saldo de gols.
Esta vai ser a quinta participação da Arábia Saudita em Copas do Mundo. Logo em sua estreia na competição, em 1994, nos Estados Unidos, a equipe alcançou as oitavas de final, ficando no 12º lugar geral. Os sauditas se classificaram em um grupo difícil, com Holanda Bélgica e Marrocos. Para a surpresa de todos, a Arábia Saudita venceu Marrocos e Bélgica e se classificou para as oitavas, onde foi derrotada pela Suécia por 3 a 1.
Disputou ainda três edições consecutivas do torneio mundial. Em 1998, na França, quando era treinada pelo brasileiro Carlos Alberto Parreira, a equipe perdeu para a França, que seria a campeã, e para a Dinamarca. Os sauditas empataram com a África do Sul e foram eliminados na primeira fase. Em 2002, no Japão e na Coreia do Sul, a equipe sofreu três derrotas na fase de grupo, incluindo uma goleada de 8 a 0 contra a Alemanha. O saldo dos árabes nessa Copa foi de 12 gols sofridos e nenhum gol marcado. Em 2006, na Alemanha, os sauditas também não passaram da primeira fase. A Arábia Saudita volta a disputar uma Copa após ficar fora da competição em 2010, na África do Sul, e em 2014, no Brasil.
Em 2017, a Arábia Saudita disputou 12 partidas, com seis vitórias, um empate e cinco derrotas. Marcou 22 gols e sofreu 16. A equipe teve três treinadores apenas em 2017. O técnico holandês Bert Van Marwijk, vice-campeão mundial em 2010 com a Holanda, foi quem classificou os sauditas para o Mundial, mas mesmo assim foi demitido do cargo por divergências com a federação. O substituto, o argentino Edgardo Bauza, ex-São Paulo e seleção argentina, durou apenas dois meses, após três derrotas em cinco amistosos. O atual treinador é o argentino Juan Antonio Pizzi, campeão da Copa América com o Chile, em 2016.
Em outubro de 2017, a Autoridade Geral de Esportes, órgão que dirige a prática esportiva na Arábia Saudita, e a federação de futebol local anunciaram que mandariam alguns atletas para o exterior, já que todos os jogadores da seleção atuavam no próprio país. Durante a janela de transferência do início do ano, nove jogadores sauditas foram emprestados a times estrangeiros. Segundo os envolvidos, o objetivo da medida é desenvolver e promover o futebol, e, principalmente, melhorar o padrão da seleção nacional saudita para a Copa do Mundo de 2018.
Fonte: Agência do Rádio Mais