Substância presente no cacau pode afetar os sistemas cardíaco, nervoso e respiratório
A Páscoa está chegando e, com ela, surgem as versões mais irresistíveis de chocolate. Nem mesmo os cães estão imunes a tamanha tentação, mas cuidado: essa guloseima pode ser um veneno para seu pet. A teobromina, presente no cacau, é uma substância altamente tóxica para os animais, afetando os sistemas cardíaco, nervoso e respiratório. Quanto maior a quantidade de cacau, maior o dano.
Esse fato, no entanto, não libera o chocolate branco. Feito de manteiga de cacau, o doce contém menos teobromina que os escuros, mas a substância fica acumulada e permanece no organismo do bichinho por vários dias. Quanto menor o pet, maior o efeito sobre ele. Estima-se que a dose tóxica para um pug com 9 kg, por exemplo, seja em torno de 150 g de chocolate. Para um golden retriever com 34 kg, a quantidade considerada tóxica é cerca de 400 g.
O vômito é o sintoma mais comum da intoxicação, seguido de agitação e aumento da frequência cardíaca. Os animais ainda podem apresentar incontinência urinária e aumento da temperatura corpórea. Se o dono do animal notar qualquer um deles, deve procurar um veterinário imediatamente. Quanto mais tempo demorar o atendimento, maior o risco para o cão.
O tratamento pode variar, incluindo a aplicação de um medicamento para induzir o vômito ou de carvão ativado para impedir a absorção de teobromina pelo organismo. “Há casos em que é necessário interná-los para controlar os sintomas”, explica Ricardo Cabral, veterinário da Virbac, especialista em saúde animal. “Em situações extremas, o animal pode sofrer uma hemorragia intestinal que, se não for tratada a tempo, pode ser fatal”, alerta.
Para evitar que os pets comam chocolate, a primeira medida é mantê-los longe dos doces. Outra dica é recorrer aos similares desenvolvidos especialmente para eles. Livres da substância tóxica, esses produtos podem ser encontrados em pet shops de todo o país.