Fotos: reprodução da transmissão ao vivo/redes sociais

Por Naor Coelho – Portal Fatos do Iguaçu


Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Pinhão, realizada na noite de segunda-feira (6), o vereador Luciano Padilha (PSD) voltou a denunciar publicamente que vem sofrendo pressões e tentativas de intimidação em razão de sua atuação política.

O parlamentar relatou em plenário que, no dia 22 de setembro, recebeu em seu local de trabalho na Câmara de Reserva do Iguaçu — onde atua como contador efetivo há mais de 19 anos — a visita do filho do prefeito de Pinhão, acompanhado de um segundo homem que se recusou a se identificar. Segundo Padilha, os dois chegaram ao prédio com tom intimidador, deixando recado a respeito de “processos e advogados” e questionando sua carga horária de trabalho.

“Eles entraram na Câmara de Reserva procurando por mim, chegaram a perguntar se eu estava na sala de contabilidade e deixaram recado de que tinham dez advogados e que iriam colocar processos contra mim”, afirmou o vereador.

Padilha exibiu vídeos de segurança do local, mostrando a chegada e circulação dos dois visitantes pelos corredores do prédio, inclusive o momento em que perguntam onde o vereador trabalha.

“Tentam calar um vereador”, afirma Padilha

O parlamentar afirmou que o episódio tem caráter político e classificou a ação como tentativa de coagir e silenciar sua atuação como vereador.

“Isso é intimidação, é tentar calar um vereador que está aqui para defender o interesse público. Não estamos mais no século XV. Isso é coronelismo”, disse.

Padilha destacou que o filho do prefeito teria negado as acusações e o acusado de mentir, além de registrar uma representação contra ele na delegacia.

“Se é do hábito dele ir à delegacia, do meu não é. Mas agora, além da visita, ainda fizeram representação contra mim. Isso não é aceitável”, afirmou.

O vereador enfatizou ainda que o prefeito Valdecir Biasebetti (PP), eleito com mais de nove mil votos, “não pode permanecer alheio ao que acontece em sua administração”.

“Não acredito que o prefeito tenha mandado fazer isso, mas ele precisa saber o que está acontecendo. Não é admissível colocar de joelhos os nove mil votos que recebeu por causa de interesses de três ou quatro pessoas”, declarou.

Apoio de colegas e críticas à empresa contratada

Durante sua fala, Padilha foi aparteado pelo vereador Márcio Roberto de Oliveira (PSD), que manifestou solidariedade e repudiou o episódio.

“Quero deixar minha nota de repúdio a essa lamentável situação. Intimidação é crime. O vereador Luciano está apenas cumprindo o seu papel de fiscalizar os recursos públicos”, disse Márcio.

O vereador também mencionou que a suposta perseguição teria relação com requerimentos apresentados pela Câmara para obter informações sobre um contrato público com a empresa Angel, responsável por serviços prestados ao município.

“O que me chama atenção é que isso começou depois do pedido de informações sobre a empresa. Há empresários da cidade que não receberam pelos serviços realizados desde fevereiro. O vereador apenas buscou esclarecer a situação”, afirmou.

Padilha complementou que, após o episódio na Câmara de Reserva do Iguaçu, uma advogada de Maringá,  encaminhou ofícios solicitando documentos funcionais e informações pessoais suas, o que ele classificou como parte de um “assédio institucional”.

“Eles pediram holerite, carga horária, vínculo empregatício, tudo já disponível no portal da transparência. É uma tentativa clara de me intimidar. Divergências políticas são normais, mas esse tipo de perseguição é inadmissível”, destacou.

Vereadores cobram respeito à função legislativa

Ambos os vereadores reforçaram que a função fiscalizadora do Legislativo não pode ser confundida com ataque político.

“Aqui é o lugar de debate, de cada um apresentar seu ponto de vista, não de perseguição. Quando tentam calar um vereador, estão tentando calar o povo que ele representa”, concluiu Padilha.

Ouça na integra a fala do vereador Luciano e o aparte do vereador Márcio:

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