Quando se fala de pobreza, via de regra as pessoas já pensam na questão sociológica, a fome que assola, a falta de moradia, pessoas que vivem em situação de miséria. Hoje meu foco é escrever sobre uma pobreza positiva, uma pobreza que te leva a amadurecer, a melhorar como ser humano. Na Sagrada Escritura humildade é sinônimo de pobre de espirito, cujo sentido é se colocar diante de Deus como alguém necessitado, reconhecendo que não tem nada, uma postura humilde e não de superioridade.
Um dos grandes males que tem contaminado muita gente, no decorrer da história, é a soberba, o egocentrismo, gente que acha que é dono do mundo, quando na verdade não consegue aumentar um dia, um minuto da sua vida. Quando desenvolvemos uma visão sensata a respeito daquilo que alcançamos e temos, percebemos que as conquistas, as coisas alcançadas não nos definem. A pobreza enriquecedora não te deixa achar que é superior aos outros porque tem a roupa tal, ou a condição tal, ou o carro tal.
A partir do momento que você olha para outros com um olhar de superioridade devido a condição financeira, então você pode ter a certeza que você está vivendo numa pobreza empobrecedora e não enriquecedora. Eu não sou aquilo que eu tenho, ou eu não sou aquilo que eu lamento não ter. Há pessoas que deixam de viver a vida, de desfrutar da vida em família, de ser bênção na vida do próximo, porque estão atrás de uma riqueza que é empobrecedora, o dinheiro se tornou o seu deus.
As pessoas que mais crescem na vida são aquelas que não colocam o sentido da vida no dinheiro ou status social, mas Naquele que é o doador da Vida, Naquele que dá a direção correta das coisas, que ilumina os passos e que dá o verdadeiro sentido da vida – Jesus. Não quero ser simplista aqui, mas a riqueza que faz bem a nossa vida e daqueles que nos cercam, está em buscar primeiramente Aquele que está acima das demais coisas, ao andar considerando Jesus no centro de sua vida, você vai ter uma visão coerente e rica das coisas, das pessoas, da vida.
De forma bem prática, a pobreza enriquecedora me leva a considerar o quanto preciso melhorar nas diversas esferas da vida. Quando reconheço que sou um pai pobre, eu enriqueço e melhoro como pai; quando reconheço que sou um filho pobre, eu reconheço e melhoro como filho. Quando reconheço que sou um cidadão pobre, eu reconheço minhas falhas, melhoro a cada dia como cidadão. Quando reconheço que sou um trabalhador pobre, eu reconheço e melhoro naquilo que eu faço, aprendo mais, vou mais além.
Quando reconheço que tudo o que tenho, todas as coisas que alcancei até agora, são dádivas, presentes, eu vou ajudar mais o próximo, eu vou ser mais justo, vou me colocar mais no lugar do outro. Essa é a pobreza enriquecedora, que diante dos elogios, do reconhecimento, me leva perceber o quanto sou pequeno e preciso melhorar.
É essa pobreza enriquecedora que leva a ter mais compaixão, mais misericórdia, enfim a grandeza de uma pessoa está justamente em caminhar e viver com humildade. É essa pobreza enriquecedora que faz diferença na vida daqueles que são pobres sociologicamente.
Rev Sandro Carvalho Rodrigues – pastor da Igreja Presbiteriana de Pinhão