Pelo lado materno (Dellê), de irmandade de 11, só resta um (José Dellê); do lado paterno (Mossico/Lima e Caldas), de uma irmandade de 9, 3 homens e 6 mulheres em que só uma casou, todos fisicamente mortos.
A geração seguinte da qual faço parte dos anos 1939-1956 já estamos se indo. Do lado Caldas, filhos de Ana Caldas da Silva (única irmã de meu pai que se casou) e teve 11, filhos, só resta 2 (Laertes Cotiano e Lineu); Dos 11 descendentes de Francisco Alexandre Dellê e Querubina Rocha Dellê, netos deles já estão se indo. De Georgina a primogênita, de 6 já se foram 2, com 67 e 71 anos de idade; de Alcides, de 3 já se foram 2; de Silvio, de 3 já se foram 2; de Arina de 6 um jovem médico de morte acidental, de Arival, de 2 um já se foi
Este escriba da geração dos anos 50, nascido em 1955, é do tempo, que crianças andavam descalços (pés no chão), de calça curta, de poucas roupas e que iam ficando para os mais novos usar, em termos de alimentos: feijão, arroz, carne de lata e charque, zoiúdo, mais mandioca do que batatinha, e alguns verdes de couve e alface, e sobremesa, creme, arroz doce, canjica, doces de caixeta (de pêssego e marmelo) só aos domingos ou quando de visitas; de ensino religioso, oração em família e aulas de Educação Moral e Cívica; os deslocamentos a pé, de carroça, de charrete, no lombo de algum muar ou cavalo, de carona, de bicicleta (bike) só alguns privilegiados; dificuldades de acesso a escola até porque transporte escolar em Pinhão, começou só em 1977 quando o ex-Prefeito Darci Brolini adquiriu o 1º. ônibus e ainda para estudantes irem para Guarapuava. Geração de muito respeito principalmente aos mais velhos e autoridades, da varinha de marmelo, dos puxões de orelhas e até de algumas surras. Uma geração, que ajudava os pais o os donos de casas onde paravam para estudar. Em outras palavras que já começaram a trabalhar com 8 anos. Isso aconteceu conosco, com Francisco Dellê, como conta em seu livro lançado em 30/09/23, e com pais responsáveis que não descuidaram da educação dos filhos, estamos aí nas peleias até os dias de hoje, sem ter caído nenhum pedaço.
A gente é da geração em que as nossas musas foram a Vanderléia, a Silvinha, a gaiteira Mery Terezinha do Teixeirinha, dos programas de Rádio, como Grande Rodeio Coringa, nas noites de domingos na Rádio Farroupilha-RS, com Darci Fagundes e Luiz Menezes, das calças coringas, das músicas dos Bertussi, dos Mirins; programa do Zé Béttio; depois do José Mendes e sucessos como “Para Pedro”, “Picasso Velho”; das comunicações via mensagens ao meio dia na Rádio Difusora de Guarapuava, e que enriqueceram o nosso folclore
A gente relembra dessas coisas não só por saudosismo, fomentar nostalgia, remoer passado que não volta mais, mas para despertar MECANISMOS DE DEFESA, prevenções, para reflexões de pais, professores, influenciadores, líderes, dirigentes.
Quando era guri, Alcebiades Ferreira Gonçalves-Tio Bide me chamava de “cabelo duro”; seu Anizio Rocha, uma fez se referiu a mim como “franzino” e eu já queria ser hominho e forte. Essas coisas nos chateavam um tanto, e hoje rotulados de Bullying, serviram para nos irmos a luta, melhorar ou tentar melhorar cabelo, o “corpitio” o visual.
Em 18 de abril de 2022, foi publicada a nossa crônica de nº. 647 teve o título “Geração Mimimi”, e é muita reflexiva e nem fizemos abordagem sobre GERAÇÃO NUTELLA. Estamos se indo, e quando se formos e iremos, que deixemos mais do que patrimônio (herança), outros LEGADOS até de mais relevância como passado e história de VIDA DIGNA, HONRADA de VIRTUDES entre as quais da GRATIDÃO, que é a que mais agrada a divindade nas palavras de Miguel de Cervantes, no seu maravilhoso livro e obra “Dom Quixote” de 1605
Para encerrar útil ouvir oitiva da cancão “Assim os Dias Passarão”, de Almir Sater, e tocada na Novela Pantanal de reedição em 2022 na TV Globo, de novela de grande sucesso em 1990 da extinta Rede Manchete.
Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista, CIDADÃO)
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