Domingo é dia do Senhor e, em nossa terrinha, que fica bem pra lá da curva de todos os rios, neste domingo foi o dia em que muitos jovens da nossa comunidade receberam o sacramento do Crisma, o sacramento da responsabilidade, que os faz ingressar nas fileiras das legiões de Cristo, tornando-os soldados do exército Daquele que entregou-se por nós no alto do madeiro da cruz.

Durante a Santa Missa, movi meus olhos de um lado para o outro e vi todos aqueles jovens, com uma singela vela em suas mãos, aguardando o momento para receber a confirmação das mãos do Bispo Diocesano.

Entre eles estava meu filho mais velho e, a maioria desses jovens ali presentes, em algum momento foi meu aluno. Outros tantos ainda o são, inclusive o meu filho.

Confesso que no momento em que vi toda aquela rapaziada ali reunida, e conforme ia reconhecendo-os através dos olhares que se destacavam por cima daquelas máscaras alvas, meus olhos, envoltos pelas piedosas marcas do tempo, em vários momentos marejaram em lágrimas, tamanho era o jorrar de alegria que se fazia presente em minha alma.

Poxa vida, todos sabemos que no mundo contemporâneo impera, nos corações e mentes de muitos, uma visão de mundo fruto de uma cultura que celebra, das mais variadas formas, o materialismo como fundamento da existência, o hedonismo como propósito da vida e o niilismo como tampão para a total falta de sentido que habita as mentes e corações de incontáveis pessoas, que vivem suas vidas como se essa fosse apenas um momento fugidio entre o nada e lugar nenhum, como se a única coisa que importasse nessa vida fosse o desfrute dos prazeres efêmeros que os dias vazios de sentido nos oferecem.

E, num mundo assim, esquecido de Deus e que faz pouco caso da revelação, num mundo que desdenha aqueles que dedicaram suas vidas para viver de acordo com o que nos foi revelado, vermos pencas e mais pencas de jovens, num dia chuvoso, reunidos junto ao altar, para receber o sacramento da confirmação da Fé, é algo que, realmente, inunda o coração de qualquer um de júbilo e esperança.

Sim, é bem provável que nos anos que estão por vir muitos desses jovens poderão cometer muitos erros e, talvez, possam até mesmo se desviarem do caminho apontado pela Santa Madre Igreja como, aliás, aconteceu comigo em minha porca juventude e, talvez, possa ter ocorrido com você, amigo leitor, em algum momento de sua vida, porém, tais desvios de percurso não são, de jeito maneira, o fim da jornada. Nada disso. É apenas parte dela. Uma parte amarga, sim, mas apenas uma parte que, com o auxílio da Graça, pode ser superada.

Independentemente de quais sejam os caminhos que esses jovens forem trilhar nos anos que estão por vir, penso que seja de fundamental importância que eles jamais se esqueçam de três coisas, três coisinhas.

Lembrem-se que quando rezamos o “Pai Nosso”, a oração que o Senhor nos ensinou, nós pedimos que seja feita a Vossa vontade, a vontade Dele, não a nossa e, também, que pedimos para o Altíssimo que Ele não nos deixei cair em tentação, o que não significa que nós não seremos tentados. Lembrem-se sempre disso.

A segunda coisinha que não podemos esquecer: que há apenas dois momentos importantes nessa vida, apenas dois: o agora e a hora de nossa morte, conforme somos lembrados, todos os dias, pela oração da “Ave Maria”, quando a rezamos. O agora e a hora da nossa morte sempre serão os momentos mais importantes da nossa peregrinação por esse vale de lágrimas. Sempre.

Terceiro ponto: rezem uns pelos outros, por seus amigos e desafetos. Rezem por nós, que fazemos parte da geração que os antecedeu. Rezem pelos Sacerdotes, pelos governantes, por aqueles que sofrem, por cada um de nós. Façam isso, todo santo dia, porque se não o fizermos, facilmente nos esqueceremos da primeira e da segunda coisinha apontada por nós nas linhas acima dessa escrevinhada e aí, povo de Deus, sem nos darmos conta, acabaremos por enveredar pelo caminho do niilismo, que é pavimentado pelo hedonismo e sinalizado pelo materialismo.

Enfim, jamais esqueçamos que não foi Karl Marx que morreu na cruz por nós, nem Ludwig von Mises que venceu a morte ressuscitando no terceiro dia.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

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