Atividades serão retomadas por meio de ensino remoto emergencial

Por Agência Brasil

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprovou nesta quarta-feira (24) a retomada do calendário acadêmico e o retorno das atividades de graduação, por meio de ensino remoto emergencial, a partir de 29 de junho, com um prazo flexível para implantação por parte dos colegiados de cursos.

A decisão foi tomada durante reunião virtual entre os membros do Cepe, acompanhada por cerca de 250 professores, estudantes e servidores. As aulas estavam suspensas desde 17 de março, por força de Ato Executivo da Reitoria, por conta da evolução dos casos da Covid-19.

Na prática, os conselheiros aprovaram uma proposta elaborada pela Câmara de Graduação da UEL, que prevê um planejamento para o retorno das atividades, com intuito de garantir qualidade de ensino; inclusão social e segurança sanitária. De acordo com o texto aprovado nesta quarta-feira, o retorno se dará em três fases.

Numa primeira etapa as atividades serão predominantemente não presenciais para todos os cursos e séries que tiverem condições de iniciarem os trabalhos. A fase dois prevê uma retomada gradual e escalonada com atividades presenciais, associadas às não presenciais, sem data ainda definida para início. A terceira e última fase prevê o retorno ampliado das atividades presenciais.

Além das normas que prevêem o retorno seguro das atividades em etapas, os conselheiros também aprovaram o novo calendário acadêmico da graduação. Dessa forma, o ano letivo terá 276 dias e não 200, conforme estão previstos nos calendários regulares. O objetivo é conceder um prazo ampliado para que colegiados, e departamentos e centros possam se adequar ao trabalho remoto, possibilitando acesso para 100% dos estudantes.

O primeiro semestre letivo inicia a partir de 29 de junho e termina em 18 de dezembro. O segundo semestre será retomado em 18 de janeiro de 2021 e será concluído em 25 de junho do próximo ano.

INCLUSÃO – O reitor Sérgio Carvalho afirmou que a UEL fará um trabalho para envolver os mais de 13 mil estudantes de graduação, de modo que nenhum aluno seja desamparado por falta de condições materiais e de infraestrutura. Ele explicou que outras grandes universidades estão considerando alternativas de retorno das atividades, uma vez que os dados epidemiológicos apontam para a impossibilidade de retomada total na modalidade presencial ainda neste ano.

“Estamos seguindo o mesmo caminho das universidades públicas brasileiras. O ensino remoto representa um posicionamento político a partir da ciência. Nosso desafio é criar alternativas para abrigar todos os estudantes de graduação”, afirmou. Ele explicou que o calendário letivo prevê mais de dois meses para os colegiados de curso fazerem as adaptações necessárias.

A pró-reitora de Graduação, professora Marta Favaro, esclareceu que a UEL já conseguiu ouvir cerca de 9 mil estudantes de graduação, via questionário online. Ela explicou que nas próximas semanas a Prograd entrará em contato com a totalidade dos estudantes, contando com a colaboração dos coordenadores de colegiado, com o objetivo de concluir o levantamento.

“Recomenda-se a retomada das atividades pelo ensino remoto emergencial de forma gradativa, com início mais brando, tempo de aulas reduzido e oferta de poucas disciplinas como estratégia de adaptação e ajustamentos à nova tecnologia, tanto para estudantes e professores”, diz a pró-reitora.

Ela ponderou ainda que foram realizadas mais de 14 reuniões e encontros entre membros da Câmara de Graduação para debater alternativas que possam viabilizar que as atividades sejam retomadas e agreguem todos os estudantes. Ela explicou que fez contato com o Núcleo Regional de Ensino, que mantém um protocolo de acesso às terras indígenas, um canal para se aproximar deste público.

A UEL tem hoje 34 estudantes indígenas matriculados em cursos de graduação. “Não estamos esquecendo ninguém, defendemos uma proposta de retomada para vislumbrar caminhos e atender a todos”, afirmou a pró-reitora.

NORMAS – Ainda conforme a resolução encaminhada pela Câmara de Graduação, estudantes com mais de 60 anos, com deficiência, que apresentem comorbidades, gestantes ou outros grupos pertencentes aos de maior vulnerabilidade à Covid-19, estão dispensados das atividades acadêmicas presenciais, até segunda ordem, e devem solicitar amparo, diretamente no Portal do Estudante. 

Os Centros de Estudos constituirão, de forma autônoma, uma comissão para acompanhar a implementação do Plano Especial de Matriz Curricular dos cursos. A última série ou semestre de cada curso terá preferência para retomada das atividades acadêmicas não presenciais; cursos que finalizarem todos os componentes curriculares, inclusive o Enade, poderão colar grau.

O Estágio Curricular Obrigatório será regulado conforme as normativas do CNE e do CEE, propostas para o período de pandemia. Atividades Práticas e de laboratório serão reguladas conforme as normativas do CNE e do CEE, propostas para o período de pandemia.

A organização e o acompanhamento da flexibilização do currículo para integralização do ano letivo será de responsabilidade do Colegiado e Núcleo Docente Estruturante (NDE), junto aos Departamentos e Centros, e comporá um Plano Especial de Matriz Curricular, que deverá ser aprovado pelo Colegiado de Curso e Conselho de Centro, e divulgado aos estudantes e docentes.

  

Compartilhe

Veja mais