Elis Carraro – jornalista do Fatos do Iguaçu

Falar sobre suicídio ainda é tabu na nossa sociedade. Passamos por esse tema, na maioria das vezes discretamente, mas preferimos nos calar. Porém, o que muitos não sabem é que o assunto deveria ser abordado e tratado com muita seriedade.

Os índices de ocorrências de suicídio são gritantes. O ato nem sempre define a vontade de morrer, mas é um pedido de ajuda para os problemas que a pessoa não consegue resolver.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano, ou seja, pode-se considerar que a cada quarenta segundos, um caso seja registrado no mundo. A Índia é o país com maiores indicadores, 258 mil mortes por ano. A China vem em segundo lugar, com 120 mil, seguido pelos estadunidenses com 43 mil casos por ano. O Brasil é considerado o oitavo país com maior índice. Conforme estudos realizados pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, já pensaram em tirar a própria vida.

De acordo com o psicólogo Silvio Luiz Ortiz, de Guarapuava, as razões que podem levar uma pessoa a cometer suicídio são transtornos mentais e psicológicos como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar, que englobam a maioria dos casos. Algumas vezes ainda pode ser por impulsividade, vingança ou doenças crônicas, terminais, dolorosas, como o câncer.

“Na maioria das vezes, o desejo não é propriamente de morrer e sim de acabar com o sofrimento. É muito comum também sentirem-se como um fardo para a família e amigos e concluir erroneamente que o fim da vida lhes traria alívio, ainda que seu impacto possa afetar gerações” diz o psicólogo.

 Campanha

Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2015 concentradas em Brasília. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês, no qual se realiza o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Este ano o tema da campanha é “Prevenção ao suicídio: Valorização da vida” e durante todo o mês são realizadas ações conjuntas de conscientização e prevenção em torno deste tema a fim de alertar os amigos, familiares, a pessoas sobre o mal dessa enfermidade que pode estar afetando alguém do nosso convívio ou até nós mesmos.

O Ministério da Saúde elaborou um manual de prevenção ao suicídio, uma espécie de cartilha que contém informações sobre o problema, nele indica que se deve prestar muita atenção aos sentimentos que podem ser expressos por quem tem pensamentos suicidas. É chamado de alerta 4D, pois todos começam com a letra D: depressão, desesperança, desamparo e desespero.

Ações locais

Na quinta-feira (14), a secretaria de Saúde do município promoveu uma palestra com o psiquiatra, José Cleber Ferreira. A palestra teve o tema: “Suicídio, Conhecer para Prevenir”, mais informações sobre o evento, você vai conferir na próxima sexta-feira, na edição nº 816.

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