poesia

Por Marcos Serpa

Meu verso é um potro xucro
Desconhecedor de mangueira,
No rincão da pedreira,
Vive livre e mal costeado,
Andejo ressabiado
Que dispara relinchando,
Quando estranho vem cruzando
A fronteira do meu chão sagrado.
Manoteando e escarvando
Orelha tesa e venta aberta,
Num trotezito de alerta,
No seu livre pastoreio,
Não aceita galanteio
Nem tampouco pataquada,
Quando algum venta rasgada,
“Tira farinha” em seu rodeio.
Meu verso e sem fronteira
E de longe se anuncia,
Que a tal de tirania
É um caminho muito estreito,
Traz em seu bojo o conceito
Que poucos conseguem ter,
O falar pouco e muito fazer
O depois de dito, tá feito.
Às vezes algum desavisado
Junto à quina do rodeio,
Tentou botar freio
No meu verso de refregas
Que de vereda se nega,
E essas ideias atrasadas
Meu verso da uma refugada,
E sai dobrando macegas.

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