Qualquer coisa para funcionar razoavelmente bem, necessariamente, tem que ter um autor (causa eficiente), um conjunto de regras estáveis de condução (causa formal), meios de execução apropriados (causa material) e uma finalidade clara a ser atingida (causa final).

Qualquer um que conheça minimamente a obra de Aristóteles sabe disso. Qualquer um que não conheça nem mesmo uma linha da obra do estagirita, mas que tenha alguma experiência bem vivida no mundo das obrigações, também o sabe.

É difícil fazer um bom guarda-roupas com cascas de bananas (causa material), da mesma forma que não pedimos para um oftalmologista (causa eficiente) dar uma olhada no motor do nosso carro. Não se pode jogar uma partida de futebol sem um mínimo de regras que sejam reconhecidas por todos os participantes da pelada (causa formal), da mesma forma que não se recomenda o uso de um martelo para derrubar uma frondosa árvore (causa final).

Como havia dito, essas são obviedades que todos nós conhecemos muito bem e que, por isso mesmo, procuramos segui-las, pois, como nos ensina Platão: verdade conhecida deve ser uma verdade obedecida.

Toda vez que desobedecemos a uma verdade, nós acabamos incorrendo em um erro. É batata. Pequenas verdades ignoradas, pequenos erros cometidos. Grandes verdades desprezadas, gigantescas tragédias realizadas.

E reparem numa coisa que, penso eu, também é uma tremenda obviedade. Todo aquele que acaba incorrendo num erro acredita, sinceramente, que o equívoco que está realizando é a coisa mais acertada do mundo.

Pior. Muitas vezes, após ter cometido um erro, não são poucos os que, ao invés de tentar aprender com a revelação do equívoco cometido, preferem justificá-lo e, com isso, justificar-se, relativizando a valor da verdade e a singularidade da realidade, tomando por base a sua intratável vaidade.

Nesse sentido, podemos dizer que o uso do relativismo, moral e cognitivo, nada mais seria que a arte de aprender a mentir e a se auto enganar com justificativas sofisticadas e elegantes.

Elegantes ou não, justificadas ou não, mentiras aprendidas são tapumes que colocamos diante de nossos olhos, que vão obstruindo a nossa visão do horizonte da realidade e embotando a nossa capacidade de captar a verdade. Não querer ver as coisas como elas realmente são, inevitavelmente, acaba por enfraquecer a nossa inteligência ao ponto de torná-la um reles instrumento de nossos caprichos, ou reduzi-la a uma simplória ferramenta de manipulação que será utilizada pelas mãos maliciosas de terceiros contra nós mesmos.

Penso que um bom exemplo disso tudo seriam as ações realizadas nas últimas décadas pelos burocratas que tocam a toada que rege o sistema de ensinação estatal.

Perguntemos, na secretude e no silêncio de nossas consciências, qual é o sentido das regras (causa formal) propostas pelos burocratas politicamente indicados (causa eficiente) para reger essa orquestra falida, que é a educação e, com um pouco de paciência e perseverança, iremos identificar qual é a preocupação central (causa final) que norteia as ações sugeridas por eles.

Sim, as possíveis respostas sinceras a essa indagação não são agradáveis e não tem boniteza alguma. Sei disso. Porém, enquanto não decidirmos encarar de frente a verdade, por mais dolorosa e vergonhosa que ela seja, e passarmos a orientar nossas ações pela sua luz, dificilmente iremos parar de vagar por esse vale de sombras.

Resumindo: enquanto os burocratas que regem a educação, com sua batuta pedagógica progressista/populista, não entenderem que um elevado número de aprovados não é a finalidade de um sistema de ensino, enquanto esses abençoados não compreenderem que não se educa ninguém com normas que mudam de acordo com os humores das “rainhas de copas” desvairadas que medem a realidade com suas estatísticas toscas, nós continuaremos desconectados da realidade, fazendo buracos n’água e secando gelo. Temos que nos ligar à verdade, não em estatísticas tão belas quanto ordinárias.

E é claro que eu não duvido da boa vontade que move essas figuras, não mesmo. Porém, é bom lembrarmos, sempre, que boa vontade por si só não salva ninguém. Pior. Se ela estiver devotada a realização de uma finalidade indigna, acabará contribuindo de forma definitiva para a nossa danação.

É isso. Fim de papo.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela.


Comentário radiofônicos – Iguaçu FM

Conferências radiofônicas – Iguaçu FM

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