Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

A primeira vez que ouvi a expressão sapo enterrado, foi na infância (década de 1960), na época em que o Corinthians ficou anos sem ganhar campeonato, e foi atribuído isso a um sapo enterrado no Parque São Jorge.

Dias desses lendo um livro da biografia do Dr. Geraldo Gallassini, da COAMO, na pág. 151, há uma narrativa interessante de sapo enterrado. Na aquisição de um terminal portuário em Paranaguá, da Copaza, o Dr. Galassini dizia ter certeza da viabilidade do negócio, mas brincando disse que sentia que havia um “sapo enterrado” ali, fazendo alusão à falta de algum tipo de ajuste. Antes a operação mantinha 243 funcionários. Com a aquisição e os ajustes feitos pelo Dr. Aroldo e COAMO, o terminal passou a operar com 90 funcionários, rentável e produtivo. O tal “sapo” foi desenterrado.

Cada um de nós tem em suas atividades os pontos fracos, Calcanhar de Aquiles (da  lenda grega de Aquiles, filho do rei Peleu e da deusa Tétis), gargalos, ou sapo ou sapos enterrados, com boca costurada ou não.

Na infância, juventude, idade adulta, na área profissional, política e social, enfim, em todas as fases da vida, tivemos e temos nossos  “sapos enterrados”.

Na regularização documental de lotes em Pinhão, há sapos enterrados, e até uns com bocas costuradas e rabos presos, que  o diga os desperdícios já ocorridos  nos anos de 1994-1996, 2005-2016 e o Pedido de Providência 12-1999 de Regularização do Loteamento Nossa Senhora Aparecida (dos Fontouras) que se arrasta até os dias de hoje.  Em Reserva do Iguaçu, o Prefeito de lá, Sebastião Almir Caldas de Campos, com o Secretário José Maria Lustosa Mendes e equipe, e com respaldo de autoridades, como do Ministério Público-MP, ex-Magistrado de Pinhão, Dr. Mauro Monteiro Mondin, desenterraram sapos, e em 2008, 965 lotes foram objetos de aberturas de matrículas no SRI de Pinhão.

Outros “sapos enterrados” que existem: rabo de saia, jogatina, bebida, acomodação,  gostar de moleza,  manter aparências, não fazer contas, não ter o controle das coisas, desorganização, vulgaridade e por aí a fora.

Assim, nas palavras acima, ficam os leitores desta reflexão, convidados a cada um fazer  um mergulho interior, exame de consciência, balanço ou algo desse tipo, e  tentar descobri o seu  “sapo enterrado”, ou os seus “sapos enterrados”, para a partir daí, e ainda que algum recuo, para aumentar impulso, dar ou tentar dar um novo rumo a sua vida, nos mais diversos campos, do pessoal, familiar, político e dos negócios.

(Francisco Carlos Caldas, advogado,  municipalista e cidadão)

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