Redação Fatos do Iguaçu com Assessoria
O ser humano dorme em média 8 horas por dia, o que dá cerca de 2,9 mil horas por ano e, provavelmente, um terço de toda a vida. No entanto, nem todas as pessoas conseguem se deitar e pegar no sono imediatamente. Isso pode ocorrer por diversos motivos, mas um dos mais comuns é o ronco ou, mais profundamente, a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono.
A revista The Lancet – uma das mais importantes publicações científicas do mundo – divulgou em 2019 que mais de 936 milhões de pessoas convivem com o problema, número quase 10 vezes maior que a estimativa de 2007 da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicava a ocorrência em cerca de 100 milhões pacientes.
De acordo com o otorrinolaringologista e cirurgião de ouvido, nariz e garganta do Hospital Santa Cruz, Dr. Mohamad Feras Al-lahham, o ronco é um ruído provocado pelo estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores durante o sono que, consequentemente, dificulta a passagem do ar e provoca a vibração dessas estruturas.
A apneia do sono é tudo isso somada à pausa da respiração enquanto se dorme, o que causa um impacto ainda maior na saúde. “Por isso, não tem como falar sobre ronco sem mencionar e investigar a apneia do sono. Nem todo paciente que ronca tem apneia, mas quem sofre desse problema, provavelmente ronca”, enfatiza.
Como o ronco prejudica a saúde?
Quando dormimos, nossos processos vitais entram em uma linha básica, reduzindo o gasto de energia. Com isso, os chamados hormônios do dia (adrenalina, cortisol e insulina) também dormem, enquanto o hormônio do descanso (melatonina) começa a se espalhar pelo organismo para promover o repouso necessário e a recuperação celular. Quando há alguma alteração nesse ciclo devido à obstrução das vias aéreas, a saturação sanguínea começa a diminuir até chegar a um nível tão baixo que o cérebro interpreta como sufocação.
“Quando chega a esse ponto, o corpo desperta para inalar mais oxigênio, fazendo com que nossos processos vitais e hormônios diurnos despertem também. É a partir disso que começamos a sentir os efeitos colaterais como insônia, palpitação, taquicardia, respiração rápida e ansiedade. Além disso, o efeito dos hormônios inapropriados pode levar a pressão alta, obesidade, alterações no colesterol e triglicerídeos, problemas no coração e no cérebro, sono diurno e cansaço crônico”, alerta o otorrinolaringologista.
Tratamento médico
Apesar da patologia ser comum, muitas pessoas não dão a devida importância ao problema e ao tratamento. “No consultório, a primeira coisa que precisa ser feita é a apuração do que causa o ronco ou a apneia de sono. A partir disso, é preciso descobrir se o problema tem origem obstrutiva como desvio de septo, hipertrofia do corneto inferior, sinusite crônica, pólipos nasais, entre outras patologias”, diz Dr. Mohamad.
De acordo com o médico, a melhor solução para corrigir essas disfunções precisa ser construída em conjunto com o otorrinolaringologista. “Se for uma rinite crônica, por exemplo, iniciamos sempre com medicamentos e acompanhamos a evolução. Porém, a maioria dos casos são cirúrgicos e demandam certo tempo de repouso, apesar da recuperação ocorrer rapidamente de modo geral”, explica.
Como podemos evitar ou melhorar o nosso sono?
Atitudes simples que reduzem o ronco e a apneia de sono
- Dormir de lado: a obstrução das vias aéreas acontece mais quando se dorme de barriga para cima porque a língua e o palato mole são empurrados contra a garganta.
- Perder peso: quando se está acima do peso, é possível que haja acúmulo de gordura em volta da traqueia, o que dificulta a passagem do ar.
- Evitar álcool e nicotina: além de fazerem mal à saúde de modo geral, essas substâncias provocam o relaxamento dos músculos e o aumento da obstrução.
- Exercitar a língua, a faringe e a garganta: tentar levantar o sininho da garganta, segurar e relaxar; abrir a boca tentando manter a língua grudada no céu da boca; posicionar o dedo na parte interna da bochecha entre os dentes pressionando a bochecha para fora são alguns exercícios que ajudam a diminuir o ronco.
OUÇA A WEB RÁDIO FATOS – Um novo jeito de ouvir rádio