Um livro que os políticos e os que pretendem entrar na política deveriam ler, é o “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, natural de Bengala (ilha Britânica), que viveu nos anos de 1903-1950. Livro esse publicado a 1ª. vez em 1933, que lemos na década de 90 quando fizemos o curso de História na Unicentro, e de trabalho atividade, na disciplina Sociologia da professora Maria Magdalena Nerone.
Há interpretações da obra como uma sátira ao fracasso humanitário da Revolução Russa, e trata de uma fábula sobre o potencial corruptor do poder.
No livro, há reflexões entre outras coisas sobre: aceitação, alertas, coerência, corrupção, culpa, desvios, descumprimento de programas, enganação, esperança, estudos, fracasso, guerra, ideal, ignorância, jeitinho, memória curta, lavagem cerebral, legislatura, leis, liderança, neutralidade, oposição, opressão, pão e circo, parasitas, planejamento, privilégios, protesto, repetição, repressão, serviçais, supérfluos, trabalho, vícios, violência.
Uma coisa complicada na política é se ter ao menos um mínimo de coerência. E aí, há uma grande problemática. Para principalmente em eleições majoritárias, é difícil você vencer falando coisa com coisa, sendo sincero, dizer a verdade e suas reais intenções. O comum é no antes, nas campanhas, o candidato, deitar falação de amor ao povo, ao bem comum, ao trabalho, a decência, a dignidade, ao planejamento, ao combate a: corrupção, desonestidade, injustiças, privilégios, desperdícios, e depois da votação e ser eleito, na prática mudarem de conduta uns até radicalmente, outros camufladamente.
Cada vez precisamos mais de referências, de práticas recomendáveis a serem seguidas, bons exemplos, coerência entre fala e ações.
Em Pinhão já pensamos em trabalhar uma candidatura, em princípio até de recall, e na linha do não vote em mim, porque se eu for eleito as coisas comigo vão ser assim e assado, que daí, se o povo apesar do alerta votasse, ninguém poderia encher o saco, reclamar e ficar querendo outro tipo de conduta.
Quando fomos candidato à Presidência da Câmara em 1990 e Prefeito em 1992 e perdemos, as pregações foram nessa linha, e em cima de posicionamentos a nosso ver corretos, dignos, de ética, decência e dignidade nas ações de agentes políticos. E na garupa da força política do grande líder e político Darci Brolini, quase chegamos ao Poder Executivo em 1992. E na Presidência da Câmara, nos anos de 1997-1998, fizemos e cumprimos exatamente o que pregamos quando candidato perdedor em 1990, inclusive como prestado contas na edição de dezembro de 1998 do Jornal “ Fatos do Iguaçu”.
O Livro “A Revolução dos Bichos”, faz a gente refletir profundamente entre outras coisas, o quão feio é a incoerência, as tentações e o potencial corruptor do poder, e que se o preço do Poder é ter que fazer certas coisas que muitos fazem, é muito melhor ser um simples cidadão pensante, integrante e proativo numa família polo irradiador de respeito, atos e ações de cidadania na sua comunidade, e autor de simples “pitacos” como este.
Francisco Carlos Caldas, advogado, ex-Vereador, municipalista e cidadão.
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