É importante e até fundamental se preocupar não só com o ter e sim mais com o SER e rendas e despesas de manutenções próprias, de familiares e bens.
Adquirir as coisas necessárias e até alguns supérfluos, de cultura, arte, lazer, fazem bem ao espírito da gente, mas não podemos deixar de lado mecanismos de defesa, para compatibilizar isso tudo com rendas/receitas, porque senão sonhos, aquisições viram, pesadelos, prejuízos, estresses e outras coisas desagradáveis.
Há que se ter também foco e preocupações com manutenções das coisas. E que necessidades vão de carros, utilitários, imóveis, e gastos com manutenções são necessários mas com elas quase que não tem em regra, motivações, contentamentos.
Na nossa vida cidadã e profissional temos constatado muitas pessoas com aquisições e gastos sem feitura de cálculos e análise do pagar e manter as coisas a luz de rendas que a pessoa tenha. Por esse contexto, entendemos como válido hoje se ter e morar em kitnets, se ter veículos e utilitários não muito caros ou de ônus e encargos pesados, que o diga, o que aconteceu com o castelo de Limeira do falecido cantor José Rico; da mansão do Clodovil, da mansão do rei do pop Michael Jackson em Neverland, de mais de 60 milhões de dólares; da Casa Rosa da Xuxa, de mansão da Hebe Camargo, do apartamento de luxo do ex-ator Mário Gomes, e outras tantas situações locais de menor dimensão, mas tristes e impactantes, até de proprietários virarem locatários, sem teto, comodatários por ajudas.
Em termos de veículos, motos, há muita inadimplência em aquisições com parcelamentos prolongados, e o volume de “piseiras” são altos.
Já por vários vezes visitamos e ficamos a olhar e meditar sobre a Praça da Bíblia em que recursos expressivos foram lá meio que desperdiçados e nessa obra e a precariedade e um quase caos reina lá. Só lá de vez em quando com algumas pinturas, só põem os problemas da obra debaixo do tapete. Os sanitários da obra são vários, pelo visto nunca foram usados. Os vândalos detonaram os recintos. Quando estivemos Vereador nos anos de 2013-2016, fizemos algumas sugestões de manutenções e de parceria para até os funcionários da Câmara ajudarem a cuidar, fechando a noite e deixando aberto para uso de dia. Nem “tchum” para a nossa proposição, e lá está um caos, um mau exemplo de desperdício e falta de gestão de bens públicos.
Constatamos também na vida pública local uma “febre”, “onda” de mais e mais gastos, benesses, generosidades fantásticas com poucas preocupações e cálculos a luz das receitas públicas, principalmente na área de pessoal, em que há limites de gastos, o prudencial de 51,3 e o 54% das Receitas Correntes Líquidass-RCLs, e que empreguismo e “cabidões de emprego” não estão com nada, que o diga a Câmara de Pinhão que de 5 funcionários que tinha nos anos de 1997-1998, atualmente tem 29 (aumento de 480%) e fiscalização cada vez menos eficaz e eficiente ocorrendo.
Este pensante há décadas tem um controle de despesas de 30 itens por ordem alfabética, e essa espécie de livro caixa ajuda em muito em planejamento, educação financeira, e lá se vão quase 7 décadas de existência, com zero de inadimplência, zero de dívidas, e ainda assim se tendo prejuízos.
Tem gente que tem receitas/rendas expressivas, e vive em regra mais apertado do que rato em guampa, e muitas vezes não fazendo pagamentos pontuais das coisas que tem que pagar com encargos, e na prática meio que vítima de endividamentos com capitalismo financeiro, e de uma nova escravidão instalada no País, e que muita gente ainda não se deu conta.
E nisso tudo, “é muito bom ser importante, mas é mais importante ser bom”, como dizia o Padre jesuíta Antônio Vieira. Que o SER é melhor do que o ter. E “quem não zela do que tem não pode reclamar do que não tem!”
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO)..
PARA LER OUTROS ARTIGOS – CLIQUE AQUI