Instituição apresenta dados detalhados sobre arrecadação e distribuição de direitos autorais na música e faz balanço da atuação da gestão coletiva
A tecnologia tem sido uma grande aliada da indústria da música nos últimos anos. Para o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que arrecada e distribui direitos autorais, o avanço das ferramentas tecnológicas tem sido fundamental. A edição 2021 do Relatório Anual do Ecad, que acaba de ser finalizado, traz dados detalhados e números expressivos alcançados no ano passado com o uso da tecnologia, além de um balanço sobre o mercado de execução pública musical no país.
Um dos destaques do documento ficou por conta dos resultados obtidos pelos sistemas de identificação de músicas, um diferencial importante no mercado brasileiro de direito autoral. Desde 2019, o Ecad identificou mais de 141 milhões de execuções por segundo no segmento de streaming utilizando um processo de matching. Trata-se de um sistema que cruza, de forma automatizada, o seu banco de dados, um dos maiores da América Latina, com relatórios de uso enviados pelas plataformas de streaming com músicas tocadas ao longo dos meses.
Outro diferencial foram os números alcançados por meio da utilização de softwares desenvolvidos internamente que captam, gravam e identificam de forma automatizada as músicas tocadas em diversos segmentos. A tecnologia própria usada em rádios, por exemplo, foi capaz de captar, gravar e identificar automaticamente mais de 500 mil execuções musicais de emissoras no Brasil, atingindo o percentual de 95% de identificação automática no segmento.
Artistas nacionais receberam mais
A distribuição de direitos autorais em 2021 foi de R$ 901 milhões e contemplou mais de 267 mil compositores, músicos, intérpretes e demais titulares, além das associações. O montante distribuído teve uma queda de aproximadamente 5% em comparação ao ano de 2020, ainda um reflexo da pandemia. Os titulares com repertório nacional, no entanto, receberam quase 64% dos valores arrecadados no ano passado, o que evidencia o alto consumo de música brasileira no país e reflete nos valores distribuídos. A renda dos titulares nacionais foi cerca de cinco vezes maior do que a renda dos estrangeiros, apesar da média dos valores repassados aos nacionais ter sofrido uma redução de 11% em relação a 2020.
O documento destaca ainda as estratégias de apoio à classe artística adotadas pela gestão coletiva da música, composta pelas associações Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC, além do Ecad, como a atuação no âmbito digital para assegurar que os direitos conexos sejam contemplados no streaming, a ampliação do diálogo e a negociação de débitos com os usuários de música, os adiantamentos de valores aos titulares em distribuições importantes como Carnaval, Festa Junina e Movimento Tradicionalista Gaúcho, entre outras ações.
Clique aqui para conferir os números do Ecad em 2021.
Com Assessoria