A vida humana é uma sucessão de crises. Desde o momento da nossa concepção, até o instante da nossa partida deste vale de lágrimas, não há um só dia em que não estejamos navegando pelas turbulentas águas agônicas do existir.

Ao afirmar isso, é importante termos em mente que a palavra crise, como bem nos lembra Mário Ferreira dos Santos, significa separação, abismo, decisão e julgamento. Deste modo, o referido filósofo, em sua obra “Filosofia da Crise”, nos lembra que toda atividade do existir é necessariamente seletiva. Todas elas, cada uma delas.

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Sendo assim, podemos dizer que todas as crises, pessoais e societais, momentâneas e históricas, de certa forma procuram abrir os nossos olhos para o espetáculo do juízo final que, um dia, irá pesar sobre nossas cabeças, como nos adverte São Fulton Sheen. Por essa razão que, em seu livro “A vida faz Pensar”, que as crises, todas elas, não criam nem moldam o nosso caráter, não; elas apenas o revelam.

E por mais essa razão que necessitamos ter uma vida orante, pois além desta nos acudir, para que sejamos mais confiantes e retos em nossa vida, ela também é fundamental para que tenhamos nossa alma reordenada.

Ora, basta que reflitamos um cadinho para percebermos que em nosso íntimo impera uma descomunal desordem de pensamentos, sentimentos, inclinações, desejos e ideias que se engalfinham diariamente em nosso coração com o intento não de nos elevar em espírito e verdade, mas sim, para nos reduzir a pequenez de suas tacanhas dimensões.

E como nossa alma encontra-se neste estado de miséria, toda vez que voltamos nossos olhos para os céus, o fazemos pensando em coisas [no mínimo] censuráveis, desejado um monte de coisarada inapropriada, motivados por sentimentos equivocados que são, muitas e muitas vezes, justificados por ideias reprováveis diante da vontade de Deus.

A ordem que deve imperar em nossa alma é muito simples e, devido a sua simplicidade, resistimos a ela, porque preferimos, soberbamente, aquilo que nós, com nosso ego inflamado, chamamos de “nosso jeito de ser”, ignorando que o decálogo expressa de forma clara aquilo que é a vontade Daquele que nos fez a Sua imagem e semelhança.

E como havíamos dito no início dessa escrevinhada, nossa vida, toda ela, é um sucedâneo de crises, porque temos que, todo santo dia, tomar decisões, ultrapassar abismos, emitir juízos (alguns permanentes, outros provisórios) e, é claro, precisamos sempre apartar de nós tudo aquilo que nos mantém agrilhoados ao que há de mais pérfido em nosso ser.

Trocando em moela (ou por qualquer outro miúdo de sua preferência), do nascer ao pôr do sol, todos nós sempre temos que nos esforçar para colocar ordem em nossa alma. O problema está, justamente, nos critérios que adotamos para realizar essa empreitada.

Teimosos que somos, cremos sempre que sabemos muito bem o que é melhor para nós e, por isso, sem querer querendo, cedo ou tarde, acabamos naufragando de verde e amarelo. Se fôssemos menos birrentos, lembraríamos que todos os nossos atos devem, necessariamente, convergir para o alto (Matheus VI, 33), não para as cracas do nosso umbigo.

Enfim, rezemos, e peçamos ao Sapientíssimo para que ele nos infunda o discernimento que necessitamos para que possamos ordenar nossas preces e, desse modo, nossa alma seja reordenada e que tudo o mais que vier a brotar em nossa vida seja de uma cepa agradável ao Senhor.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

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