Pinhão é privilegiado, possui regiões bem determinadas para produção agroecológica

Na sexta-feira, dia 9, a coordenação da Rede Eco Vida, Núcleo de Pinhão e membros dos grupos de produtores orgânicos organizados pela Rede, estiveram reunidos, na Vila Rural,  com o objetivo de discutir questões de desenvolvimento da agroecologia como certificação, finanças, produção, organização.

Christiano Boza, integrante da coordenação, lembrou que os entraves principais são: o certificado de produção orgânica e as questões financeiras. “Com a certificação, alcançamos melhores resultados tanto na qualidade da produção quanto na rentabilidade e que faz desencadear outra serie de fatores como geração de emprego\. Trabalhamos conforme a demanda, nesta região temos pessoas de Reserva do Iguaçu e Guarapuava, além de Pinhão e colocamos as condições e os grupos analisam se irão adentrar ou não. Contamos com muitos parceiros, entre eles o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) Movimento dos Sem Terra (MST), CEAGRO, Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), Cooperativas e Associação Terra Livre”.

Christiano Boza (Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

Christiano Boza (Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

Com a experiência de oito anos dentro deste processo, o agricultor Elcimo Ferreira dos Santos salienta que cada região tem uma realidade e as dificuldades enfrentadas pelos agricultores que migram para a agricultura orgânica são muitas. “Não é fácil diante do modelo agrícola que temos, o modo de agricultura deve ser mudado, principalmente dos pequenos agricultores, pois ele é o principal foco, os assentados, os quilombolas, os indígenas e todo este povo que mora no campo. É um processo de transição muito lento que demanda a formação de grupos, participação, aplicação de técnicas para eliminar a desintoxicação das áreas, é difícil, mas dá bons resultados”.

PINHÃO

O tecnólogo em Agroecologia e coordenador do MPA em Pinhão, Rafael Vaz, contou que em Pinhão já existem quatro grupos formados e a discussão sobre agroecologia é bem antiga.

Rafael Vaz (Foto :Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

Rafael Vaz (Foto :Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

“Nosso pessoal esta em processo de formação, há um grupo mais avançado com os aspectos da agroecologia e os demais em fase bem inicial. Aqui em Pinhão é tudo muito novo. Temos uma demanda muito grande, percebemos isso nas reuniões que fazemos nas comunidades. As pessoas desejam migrar para a cultura de orgânicos, mas têm consciência de que precisam se organizar de forma mais coletiva. Somos privilegiados, Pinhão possui regiões bem determinadas para esta produção. Estarmos em um processo de certificar uma área única de 681 hectares com possibilidade de produção de mel orgânico, em outros municípios não é possível, pois um apiário exige cerca de 3.000 metros de proteção até a possível contaminação”.

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

O coordenador Darci da Silva mencionou que um dos entraves para o pequeno agricultor é a questão dos implementos agrícolas, pois são pequenas áreas cultivadas e em certos casos é necessária a manutenção de forma quase que artesanal. O serviço é muito grande e as empresas produzem equipamentos para grandes extensões. “Podemos ver até pelo grupo que formamos no Assentamento 8 de Junho, localizado em Rio Bonito do Iguaçu,  eram em muitas pessoas, porém ao longo do tempo as pessoas foram deixando o grupo e uma das questões é a dificuldade do trabalho. Ele exige um esforço físico da pessoa”.

PRODUTORA

Sinei da Silva Ferreira Silveira (Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

Sinei da Silva Ferreira Silveira (Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu)

Determinada a produzir produtos orgânicos com qualidade exemplar, a agricultora Sinei da Silva Ferreira Silveira, moradora em Faxinal do Ribeiro, foi convencida pela filha Tatiane Ferreira Silveira a fazer parte de um grupo de pequenos produtores orgânicos e hoje coordena o grupo Primavera Ecologia. “Estamos há pouco tempo, cerca de quatro meses e muita coisa já mudou. Antes plantávamos e não tínhamos uma orientação, agora temos alguém que  nos orienta e estamos participando de cursos de formação, visando melhora nossa produção. Estamos em processo de organização dos grupos, meus filhos gostaram da ideia do grupo. Minha filha Tatiane foi quem me levou, ela participou das palestras, se interessou e me explicou como funcionava, desta forma resolvi fazer parte do grupo”.

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