Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(i) A defesa do aborto como se fosse uma espécie de bandeira ética e política é, ao mesmo tempo, uma apologia ao assassinato em massa de inocentes sem o menor direito a defesa, nem a apelação, e um inconfessável lamento por ter sido parido e não ter sido contemplado com a possibilidade da interrupção terapêutica do seu próprio nascimento.
(ii) Autogovernar-se é assumir a responsabilidade por si. Entregar-se a uma tirania de um único caipora ou da maioria de um caiporedo é clamar para que alguém ou algo se responsabilize por nós. E pode ter certeza que não há caminho mais certo para o despotismo do que implorar pela expansão ad infinitum dos tais direitos sob a desculpa de estar ampliando a tal de democracia porque, quando clamamos fervorosamente por isso, sem querer querendo estamos, lenta e alegremente, abrindo mão de nossa liberdade, feito cordeiros tontos em marcha para o abismo.
(iii) Todo carniça que vem com aquele papo furado de que a importância da disciplina em matéria de educação seria algo secundário, de que a ênfase em sua prioridade seria algo retrógrado, que isso seria coisa do passado e blábláblá, é porque bem provavelmente o dito cujo nunca educou ninguém, não foi educado e possivelmente nunca sentiu a necessidade de educar-se. E, mesmo assim, em muitíssimos casos, esse tipo de mequetrefe ganha uns bons trocados com todo esse seu papo furado politicamente correto que tanto esculhamba com o nosso sistema educacional que, aliás, não está muito preocupado com a tal da educação.
(iv) Disciplina é tão só e simplesmente ensinar autocontrole. Por isso, um filho duma égua que não entende a importância disso para a formação do caráter de um indivíduo deveria levar a boca três vezes com creolina antes de dar qualquer pitaco sobre a dita cuja da educação.
(v) Quando não aprendemos a nos controlar, a bem governar nossos impulsos, acabamos com o tempo nos tornando escravos da tirania de nossas paixões que, pela ausência da rédea duma vontade disciplinada, acabam por tomar a dianteira de nossa vida. Consequentemente, aqueles que souberem bem manipular as paixões humanas poderão nós dominar fazendo-nos crer, tolamente, que somos livres, leves e soutos num panóptico admirável mundo novo.
(vi) Os doutos em educação estão muitíssimo mais preocupados em bajular a indolência infantil e a petulância juvenil do que em educa-los para que os mancebos possam crescer em espírito, verdade e responsabilidade.
(vii) Uma sociedade onde os indivíduos esperam que o Estado se responsabilize por suas vidas e os mandatários desse não querem saber de serem responsabilizados pela consequência de suas decisões é tão só e simplesmente uma nação infantilizada governada por cínicos egocêntricos.
(*) Professor, cronista e bebedor de café.
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