Tal qual Machado de Assis, escritor carioca que viveu nos anos de 1839-1906, na sua realística crônica “UM PAR DE BOTAS”, vista por este pela 1ª. vez em 1972, e depois de se deparar na TV e facebook com polêmicas e denúncias de corrupção tratadas na CPI do Senado da República, sobre aquisição de vacinas preventivas do coronavírus do Covid-19, e o aumento de verbas do Fundo Eleitoral para 6 bilhões, fomos buscar superação e inspiração para vida em algumas coisas, e o foco por acaso foi no Globo Repórter sobre as Olimpíadas de Tóquio no Japão, que tem abertura no próximo dia 23/07/21.
Este escriba e pensante é fã da cultura do povo japonês, mas quando se depara com o que eles fazem de superação e a tecnologia que têm, fica até assustado com isso tudo, e se sentido um Zé Ruela, um Zé Mané. Como eles conseguem prover tudo que uma metrópole de 37 milhões de habitantes necessita, tendo um território tão cheio de problemas e desprovido de outras riquezas da natureza? A resposta meio que quase todos sabem. É EDUCAÇÃO, e até especificamente sobre isso, já fizemos uma abordagem numa crônica publicada na edição de 1º-15/11/1991 do antigo e extinto Jornal “A Voz do Pinhão”, e sobre falsa educação também em Jornal de Pinhão, Tribuna do Povo de 04/02/1985.
Para não perder o sono e depois de rever trechos do Auto da Compadecida e de vídeos de falas do saudoso Ariano Suassuna, por acaso, ouvi uma música dos Irmãos Bertussi que deu título a esta reflexão. E adepto de pragmatismo e simplicidade, já também a minha memória lembrou da música “Franguinho na Panela” (de César e Paulinho), “Berço da natureza” (de Milionário e José Rico), “Reino Encantado” (de Lourenço e Lourival), “Recanto da Natureza”, ou algo assim, uma tocada pelo Grupo “Os imigrantes” e fiquei nostálgico, e para variar me lembrei da Bruna Viola, Marília Mendonça, e músicas como “Aceita que dói menos”, “As Razões do Boca Brava”, está última de João de Almeida Neto e “Timbre de Galo”, de Pedro Ortaça.
Depois desse devaneio voltei para os limites territoriais dos Rios: Pinhão, Jordão, D’ Areia, Iguaçu, onde estão os Municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu, nos quais temos atividades e interesses. E para mim, apesar dos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais, esses dois territórios são os melhores lugares do mundo. Mais ou menos na linha, do Rio da minha Aldeia e do Tejo de Portugal, da obra de Fernando Pessoa (1885-1935) ou do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias (1823-1864).
E nessa linha, mesmo sendo político e cidadão oposicionista a nível Nacional, Estadual e Municipal, hoje estamos torcendo para êxitos, realizações, e que tenham gestões: Bolsonaro, Carlos Massa (Ratinho), José Vitorino Prestes, Vitório Antunes de Paula e suas equipes, que como agentes políticos eleitos democraticamente no mínimo merecem respeito, e é poluição sonora e visual, ouvirmos, lermos e vermos, injúrias aos mesmos e a outros agentes ou ex-agentes políticos. Respeito as autoridades, leis e instituições é bom e a gente gosta.
Aqui é o meu lugar, é aqui que nasci, é aqui que eu vivo, é aqui que pretendo morrer e daqui bastante tempo (mais uns 24/28 anos), pois, e vida aqui é curta demais para ser pequena, é da vida a gente só leva a vida que a gente leva, e fundamental o legado, realizações, boas obras e ações. Aqui, no simples, na natureza, num “par de botas”, numa música, numa dança, num encontro de amigos, em piadas, humor, artes, histórias, base familiar, espiritualidade se tem potencial de se ter bons momentos, até porque felicidade plena (a toda hora), não existe.
Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão. E-mail advogadofrancal@yahoo.com.br
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