Ao se aproximar mais um DIA DA PÁTRIA, e por nos últimos dias ter se deparado com um terrível caso de injustiça de interpretações de leis ambientais e ação draconiana de tentativa de terrorismo punitivo nessa área (Ação Civil Pública nº. 0001376-54.2021.8.16.0134), encontramos em nossos arquivos uma espécie de poema ou poesia (não nossa praia) que fizemos no início da década de 1980, num clima de evento Dia do Folclore que é 22 de agosto e 7 de setembro que é dia da Pátria, e dos tempos de professor de Educação Moral e Cívica-EMC no Mórski, – O PROTESTO DO CURUPIRA:
“Saio hoje do interior das matas,
E venho na cidade protestar,
Contra a insensibilidade humana,
Que querem me deixar sem onde morar.
Já fui feliz neste País imenso,
Na época de vastas florestas e riquezas mil,
Hoje choro de mágoa e saudade,
Sentindo na alma o que estão fazendo com o Brasil,
Nossa Terra tinha muitas palmeiras,
Onde cantava o sabiá,
As aves que aqui gorjeavam,
Já não mais estão podendo gorjeá.
O poeta Gonçalves Dias,
Foi muito feliz e patriota fazendo a Canção do Exílio,
Hoje eu seria muito idiota se não fizesse à Pátria,
Este humilde protesto em seu auxílio.
Sou uma lenda da Terra,
Que hoje saio triste do meu habitat,
O desrespeito à natureza está tão grande,
Que mesmo sendo irreal, receio que alguém me mate.
Quero fazer alguma coisa pela minha Terra,
Em sinal de patriotismo e devoção,
Não quero que as gerações futuras,
Me cobrem, a inconcebível conduta da omissão.
O descaso com o meio ambiente,
Tem como consequência imediata a poluição,
E se não houver consciência ecológica de nossa gente,
Não sei o que será da Nação.
O desmatamento que vem ocorrendo,
Está me deixando sem casa e estarrecido de dor,
Só não consigo entender como a ambição humana,
Vem ganhando de goleada, da natureza, que é amor.
A Amazônia que é pulmão verde do mundo,
Poderá até virar desertão,
Tem muito fogo e grupo multinacional,
E até uma serra mecânica alemã, chamada “correntão”..
A queima de florestas e falta de reflorestamento,
É coisa séria e para chorar,
Em Tucuruí e outros projetos ocorre desperdício de madeiras,
E milhões de brasileiros não tem um teto para morar.
Até 1930, 85% do solo paranaense,
Era coberto de floresta,
Hoje tem 4,5% de matas,
Desertos, enchentes, secas e muita coisas que não presta.
O ar atmosférico de muitas de nossas cidades,
Está se tornando, praticamente, irrespirável,
Privando uma massa enorme de seres humanos
Em viver: um direito natural e inalienável.
O problema do ar atmosférico poluído,
Me fez lembrar entre outras coisas de Cubatão,
Prato cheio da imprensa e com sérios problemas de saúde,
Por ser a cidade recordista mundial de poluição.
Feito pedra de gelo na areia,
Nosso solo fértil vai se perdendo na imensidão,
Resultado produtividade de índio nas lavouras,
Humus, verde-amarelo, nos rios e mares por problemas de erosão.
O Brasil está ficando literalmente careca,
A verdade é essa e doa a quem doer,
O nosso solo alimenta rios e mares,
E o nosso povo não está podendo comprar o que comer.
O Iguaçu e outros rios da região,
Parece rio de sangue talhado em terra mole,
É um escândalo de cortar o coração,
Que até lenda e índio inculto não engole.
É o progresso do homem branco,
Que Curupira não consegue entender,
O que eu mais quero na realidade,
É a natureza defender.
Lenda e índio não são levados a sério,
Estou falando por desencargo de consciência,
E também uma singela forma que achei,
De saudar a data comemorativa de nossa independência.
Faço parte do folclore,
Mas não sou bicho papão,
Quero a grandeza do Brasil,
De todo o coração.
Perdoem se não fui feliz no manifesto,
E se vocês me acharem meio careta,
Só saí das matas e vim aqui,
Porque estou vendo a coisa preta.
Para encerrar faço um apelo,
A todo o povo do Pinhão,
Apesar dos pesares, não existe país como este,
Por isso, emitem na grandeza, a Terra em que nasceste”.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).
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