Foto: reprodução do video divulgado

Redação Fatos do Iguaçu

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O procurador do município de Pinhão (PR) foi exonerado recentemente, e a causa de sua saída pode estar relacionada à divulgação de um vídeo polêmico. A gravação, feita e divulgada pelo próprio procurador, tem gerado repercussão devido ao teor considerado como possível assédio eleitoral, embora não haja confirmação oficial de que o vídeo tenha sido o motivo direto para a decisão da administração municipal.

Vídeo e Convocação para Eventos de Campanha

No vídeo, o procurador dirige-se a integrantes de um grupo identificado como “Onze” e convoca servidores comissionados a comparecerem a eventos relacionados à campanha eleitoral. Ele detalha compromissos para a reta final do período eleitoral, citando uma reunião na casa de um apoiador local, Nego Gerso, na localidade de São Roque, e destaca a importância da presença dos servidores para a distribuição de materiais de campanha no comitê eleitoral às 17 horas, após o expediente.

A mensagem chama a atenção por relacionar a atuação dos servidores comissionados às atividades de campanha eleitoral, o que pode caracterizar uma prática de assédio eleitoral. A legislação brasileira proíbe que servidores sejam pressionados a participar de atos de campanha ou que suas funções públicas sejam usadas para promover interesses eleitorais, o que pode ter motivado a análise da conduta do procurador.

Possível Relação com a Exoneração

Embora a administração municipal de Pinhão não tenha emitido comunicado oficial esclarecendo as razões da exoneração, a divulgação do vídeo pode ter sido um fator determinante para a queda do procurador. As implicações do conteúdo do vídeo, somadas à visibilidade que o caso ganhou nas redes sociais, teriam gerado pressão suficiente para resultar na decisão de afastá-lo do cargo.

O vídeo também levanta questões sobre a ética e o uso da máquina pública em campanhas eleitorais. A conduta do procurador, que possuía um cargo de relevância na administração municipal, foi vista como potencial abuso de poder, o que pode ter motivado a tomada de medidas pela gestão de Pinhão para evitar possíveis sanções eleitorais.

Repercussão e Análise

A repercussão do caso em Pinhão levanta debates sobre o uso correto das funções públicas durante o período eleitoral e as responsabilidades dos servidores de carreira e comissionados. O Ministério Público Eleitoral pode avaliar a situação, e o episódio pode ter desdobramentos legais, caso seja comprovado que houve abuso ou assédio eleitoral.

Apesar de não haver confirmação oficial sobre a conexão direta entre o vídeo e a exoneração, a possibilidade de que a gravação tenha motivado a decisão levanta a importância de se cumprir rigorosamente as regras eleitorais, especialmente por servidores públicos.

ASSÉDIO ELEITORAL

Assédio eleitoral é caracterizado por práticas de coação, intimidação ou constrangimento no ambiente de trabalho que visam influenciar ou manipular o voto ou apoio político de trabalhadores. Para combater essa prática, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) renovaram um acordo de cooperação para as Eleições Municipais de 2024. Esse acordo visa prevenir e reprimir condutas abusivas, promovendo a liberdade de escolha e o voto secreto dos trabalhadores​.

O TSE disponibiliza um link para denunciar casos de assédio eleitoral, que redireciona ao portal do MPT. Ao denunciar, é importante informar detalhes como local e natureza da irregularidade, bem como os dados pessoais do denunciante, com a opção de requerer sigilo. As denúncias são investigadas pelo Ministério Público Eleitoral para apurar possíveis crimes eleitorais​.

O assédio eleitoral é crime, conforme o Código Eleitoral, com penas que variam de multas a detenção, dependendo da gravidade e do tipo de coação. A legislação proíbe, por exemplo, o uso de violência, ameaças ou abuso de autoridade para influenciar o voto dos trabalhadores. Por isso, é fundamental que empregadores respeitem a liberdade de escolha dos seus colaboradores durante o período eleitoral​.

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