Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

A  impactante tragédia do estouro da barragem da Brumadinho-MG, no dia 25/01/19  que dizimou muitas vidas, empreendimentos e residências, deve ao menos servir para rompimento de paradigmas na área de barragens que tem no País, 20.000, 2.386 de risco e 205 de rejeitos de mineração;  prevenções de um modo geral, tirada de preciosas lições.

            Mesmo para leigos, o tipo das barragens, num plano acima de  construções como refeitório, setor administrativo, e mesmo pousadas, residências abaixo de um grande lamaçal retido por rejeitos de mineração, no mínimo  teria que ter despertado reflexões, ações preventivas dos gestores do empreendimento e de autoridades ambientais.

            Depois da casa arrombada, muitos tem ideias boas de trancas, taramelas, cadeados, alarmes,  precauções de não deixar imóveis sozinhos,  mecanismos de defesa contra ladrões e acidentes. Afinal profetas do acontecido, existem aos montes, mas prevenções mesmo de verdade, não faz parte da nossa cultura, ainda que seja comum se ouvir aqui na Região Sul, o ditado de que gaúcho prevenido vale por dois.

            Quantas tragédias já tomamos conhecimento que ocorreram por falta de prevenções. E não é só disso, mas também acidentes corriqueiros, de trânsito por excesso de velocidade, ultrapassagem em locais impróprios, motorista alcoolizado, maus negócios do cotidiano de veículos, utensílios, imóveis sem verificações de situação documental e prejuízos  dos mais variados por falta de certos cuidados, e até risco de enquadramento como receptador.

            Em relação a ações de ladrões que  estão fazendo roubos  na área rural e cidade, vizinhos, precisam se unir para ajudarem uns aos outros, com mobilizações,  repasses de informações, inclusive para a polícia, sem comodismos, egoísmos, desencantos ou omissões.

            Quanto a alagamento de casas e ruas por má destinação aos resíduos sólidos, em que até recicláveis viram lixo a entupir bocas de lobos e manilhas; e mesmo construções em nível abaixo de ruas, na beira de mananciais,  banhados, é meio que pedir para cabeça e  para ter incômodos.

            Em momentos de ocorrências e tragédias como a de Brumadinho, muitas se arvoram em inteligência e soluções para os problemas de conciliar atividades produtivas, industriais e de geração de empregos com  o meio e leis ambientais, mas na prática não fazem nem  básico de dever de casa, com as ações de seu cotidiano, e ficam apontando ações para os outros fazerem, e que falhas, erros, imperfeições, ilegalidades não lhe dizem respeito.

            Já fizemos abordagens sobre o tema, entre outras em junho/98 e dezembro/2012, e  o assunto continua atual, útil e palpitante, e quem orienta e avisa amigo é.

Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão.           

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