Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

QUANTO MAIS UM INDIVÍDUO DIZ que é um cidadão crítico e blábláblá, mais manifesto fica a sua persistentemente molecagem.

Como todos sabemos, esse é mais um ano eleitoral e já começaram a aparecer nas redes sociais, entre outras coisas, postagens com toda aquela afetação de superioridade moral ferida, declarando que se alguém, na sua rede de contatos (amigos), apoiar Fulano ou Beltrano, deve fazer a gentileza de excluir-se da mesma.

Abre parêntese: tais postagens lembram-me muito aquelas falas infantis que afirmam: “se você não gosta disso, ou daquilo, você não é mais meu amigo. Belém! Belém! Belém! Nunca mais fico de bem”. Fecha parêntese. Ah! E é claro que o carniça que publica algo desse tipo, e nesse tom, o faz crendo que está defendendo os valores democráticos, exercendo a sua consciência crítica e… e o resto vocês já sabem. Pois é, verdade seja dita: se o cara é um xarope de galocha que fica azucrinando-nos na rede, em nosso perfil, porque não excluí-lo?

Que vá plantar batatas no seu quintal virtual. Não no nosso, não é mesmo? Agora, dar peti simplesmente porque ele pensa diferente, só porque ele possivelmente vote, ou manifeste seu apoio, a Beltrano ou Outrano, com o perdão da palavra, isso não passa dum fricote totalitário mal disfarçado.

Só isso. E tem outra: vão me dizer agora que o fato duma pessoa ter posições políticas diferentes das nossas é algo antidemocrático, incivilizado e, por isso, indigno de nossa amizade? É isso? Pelo visto é. E alguém que proceda por esse viés, francamente, não entente patavina alguma de política e, principalmente, não sabe o que é, de fato, uma amizade. Uma verdadeira amizade.

Por fim, de minha parte, como caipira que sou, estou Johnnie Walker com Yakult pra isso tudo. Continuarei, cinicamente, me divertindo com esse festival de bom-mocismo e afetação de superioridade. Sim senhor! Estou e continuarei me divirto com tudo isso.

(*) Apenas um caipira bebedor de café.

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