O agricultor Celso José Zumilo e o técnico da Emater Ivan Junior de Oliveira | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Em 2019, 54 agricultores da agricultura familiar aderiram à proposta que os técnicos da Emater trouxeram para Pinhão de plantar pepino tipo conserva, com venda já casada para a empresa Cantu. Quem aderiu não se arrependeu, pois a safra foi muito boa, adicionando mais uma renda às famílias que abraçaram seu cultivo. “Como teve caso que alguns produtores se reuniram para plantar juntos, na realidade chega em torno de 70 famílias que a produção de pepino beneficiou”, detalhou Darci Jacoski, que coordena o programa na secretaria municipal de Agricultura e Pecuária.

Os agricultores estão espalhados por todo o município, uns próximos à sede, como os da localidade de Santa Terezinha e Guarapuavinha, outros mais distante como de Arroio Bonito e alguns estão na encosta do rio Iguaçu, na divisa do município.

Safra

 O Técnico extensionista, Ivan Junior de Oliveira da Emater/Iapa, que trouxe a proposta para o município e acompanhou bem de perto a safra do pepino dando assistência técnica aos agricultores junto com os demais técnicos da Emater, explicou que o pepino tem um ciclo de quarenta e cinco dias, que a safra dele vai de final de outubro quando é plantado e a colheita vai de dezembro à primeira quinzena de janeiro.

A colheita deve ser feita duas vezes ao dia para garantir que esteja  dentro do padrão exigido pela empresa, o tipo 1, de 7 cm, o valor do quilo é R$ 2,80 e 10 cm o tipo 2, que cai para R$ 1,80.

Segundo o técnico, os pepinos que excedem o padrão os agricultores  vendem no comércio, para os vizinhos, na feira, fazem conserva ou dão para a criação. “Porém, o número de pepino que excede o padrão é pouco, os agricultores são bem atenciosos na hora da colheita”. Destacou Ivan.

No ano passado 54 agricultores aderiram ao programa, plantaram 146.800 pés, tiveram uma produção de 227.540 quilos, gerando uma renda bruta de R$ 546. 096,00.

PARCERIAS

Segundo os agricultores, é evidente que a cultura deu certo porque houve a união entre agricultores, Emater e prefeitura. “A iniciativa da produção de pepino veio do Ivan, ele argumentava que seria uma fonte de renda a mais para os produtores. Conversamos com o prefeito Odir sobre a proposta, ele imediatamente nos autorizou dizendo, corram atrás”, destacou Darci.

PREFEITURA

O município busca oitenta por cento da produção nas propriedades, alguns agricultores trazem próximo à estrada e uns poucos no ponto de coleta na sede, no parque Coronel Lustosa.

A cada dois dias e no auge da safra, a prefeitura transportava até quatro cargas semanais até o município de São Jorge do Oeste, a 180km de Pinhão, onde fica a empresa.

Secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Divonsir Machado | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Segundo o secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Divonsir Machado, seria inviável para os produtores o plantio se a prefeitura não fizesse a logística da safra. Ele avalia que em relação aos benefícios que o programa gera para o agricultor e para a sociedade, o custo para o município fica pequeno, “Ao transportar os pepinos,  damos condição de renda para os pequenos agricultores, no ano passado a safra rendeu em torno de 480 mil reais para os produtores e eles gastam aqui no nosso comércio, damos movimento a toda economia local, com uma pequena ação”, destacou.

Celso: “O pepino não dá trabalho, exige muita atenção”

O agricultor Celso José Zumilo, que há 32 anos tem sua propriedade na localidade de Guarapuavinha, junto com sua esposa plantou e colheu no ano passado 2.000 pés, colheu 7.000 quilos, declarou que o pepino é um plantio que ocupa pouco espaço que não dá muito trabalho, o tempo entre plantio e colheita é curto, o que permite um retorno rápido do investimento, “Só não dá pra ter preguiça, a colheita tem que ser feita todos os dias e por duas vezes ao dia, aqui não tivemos folga nem no natal, porque se bobear e for tomar um mate com o compadre, já perdeu o pepino”, frisou Celso rindo.

Avaliou que o plantio do pepino foi uma ótima experiência. “Usa o mínimo do terreno e a rentabilidade é grande e rápida”.

ACOMPANHAMENTO TÉCNICO

Celso fez questão de frisar que o acompanhamento técnico fez toda diferença para o bom resultado da safra de 2019, “O Nilo e o Ivan da Emater nos ajudaram muito, principalmente o Ivan, que abraçou a proposta, acompanhou bem de perto os agricultores, deu uma assistência técnica perfeita. Quem seguiu as orientações dele não se arrependeu e teve uma ótima colheita”. E complementou, “A prefeitura buscar nas propriedades e depois levar a colheita foi muito bom, isso pra nós foi a diferença no nosso rendimento”.

SAFRINHA

Entre os meses de fevereiro a abril, acontece a safrinha, que esse ano terá 39 agricultores plantando, pois, segundo Ivan, ela é mais arriscada, já que o pepino gosta de calor, nessa região a partir de março as temperaturas começam a cair.

As mudas dos pepinos são adquiridas pelos agricultores, como elas são entregues na secretaria de Agricultura, a prefeitura já iniciou a distribuição para os agricultores que não conseguem vir buscar.

Compartilhe

Veja mais