Ana Raisa Camargo Rocha Bueno, Thaisa Vargas Oliveira e Roseane Ida Silva da Luz | Foto: Nara Coelho/Fatos do iguaçu
Por Nara Coelho
Na edição nº 110 de dezembro de 2001, a reportagem alusiva à comemoração ao 36º aniversario de Pinhão, o Fatos do Iguaçu registrou a primeira apresentação da Banda Sinfônica Municipal de Pinhão.
CRIAÇÃO
A Banda foi criada em abril de 2001 na gestão do ex-prefeito Osvaldo Lupepsa, com 16 integrantes. Este ano a Banda Sinfônica do município de Pinhão completou 18 anos de muita dedicação, belíssimas apresentações, conquistas de vários prêmios regionais, estaduais, nacionais e sul americano.
Para homenagear esse belíssimo trabalho que hoje é realizado por 56 componentes entre aprendizes e músicos mais experientes, a reportagem do Fatos do Iguaçu conversou com quatro integrantes dos 16 pioneiros que compuseram a primeira turma, e numa conversa muito animada, de muitas risadas e momentos de emoções, elas foram contando o quanto ter estado na banda foi importante, marcante e inesquecível.
AS PIONEIRAS
Devido às atribulações da vida faculdade, trabalho e entre outras, conseguimos conversar com quatro integrantes dos 16 pioneiros.Uma conversa que pode ser resumida em emoção, risadas, saudades, amizades, aprendizagens e gratidão.
Roseane Ida Silva da Luz, hoje é advogada e funcionária pública, entrou na banda com 14 anos, ficou até 2012, só saiu com o nascimento dos filhos, tem um saxofone e toca até hoje, a paixão pelo instrumento e a música é visível.
“A faculdade, o trabalho, ainda consegui conciliar com a banda, mas quando vieram os filhos ficou impossível, toquei na banda até os últimos dias antes de ganhar a minha menina, que hoje está com seis anos e louca para participar da banda” contou emocionada Roseane.
Thaisa Vargas Oliveira, formada em Ciências Contábeis hoje técnica financeira da prefeitura, entrou na banda com 12 anos e ficou até 2011, “As atividades da vida adulta vai nos impedindo de ficar na Banda, pois a dedicação tem que ser grande, sinto falta, foi um momento inesquecível em nossas vidas. A minha filha Nicole toca na banda, toca flauta, isso para mim é muito bom, pois sei que lá é um ótimo lugar para ela estar”.
Ana Raisa Camargo Rocha Bueno, fisioterapeuta e proprietária da Clínica Bem Estar,entrou na Banda com 12 anos. ”Eu sai antes que as meninas porque fui estudar fora, mas sinto saudade, me emocionei quando vi a foto que você publicou, a minha menina é pequeninha mas com certeza vou estimular para ela ir para a Banda”.
Edilayne Moraes Penteado,a Kika, formada em administração, hoje é funcionária da Creserv, entrou na banda com 17 anos. “Nossa, um tempo muito especial, fiquei até 2006, pois vieram as atribulações da vida e não deu mais, mas um tempo que me marcou”.
Todas tocavam saxofone. “Eu comecei tocando clarinete, mas a minha paixão era o sax, quando o maestro me deu o sax para tocar chorei o dia todo de emoção, ficava olhando para o instrumento com os olhos cheios de água, amo até hoje, inclusive comprei um para mim e toco em casa”, contou Roseane com os olhos brilhando.
Já no inicio da conversa elas foram lembrando dos amigos da primeira turma, “ A memória com o tempo nos trai, mas tinha o Patrick, a Eloisa, a Josiane, o Pinta, a Regina, a Vanessa, a Pati, o Anderson, o Ricardo,a Debora, o Joel e a Silmara,que começaram a namorar na Banda, se casaram e estão querendo voltar para banda”. Foram se lembrando dos nomes e do jeito de ser e o que tocava cada um dos integrantes.
O INGRESSO NA BANDA
Foi feita uma seleção, muita gente, segundo elas se inscreveu, houve algumas aulas de teoria musical e depois uma seleção. “Nossa, muita gente se inscreveu, mas tivemos que passar por prova escrita de teoria musical, prova prática, foi dureza, ai foram selecionados 16 porque o número de instrumentos era pouco e ainda demoraram um pouco para chegar”, contaram as pioneiras. Kika destacou, “A lista foi pregada na porta do CTG e todo mundo foi lá ver o resultado, foi uma emoção marcante para mim ver que eu tinha passado”.
A PRIMEIRA TOCADA
Foi uma emoção só e a espera para tocar foi longa,” A gente já estava nervosa por ser a primeira apresentação e ainda tivemos que esperar por horas o convidado especial, vários de nós passaram mal”,contaram as meninas em meio a muita risada. “Tocamos Parabéns, Ana Julia e o tema do Airton Sena, só sabíamos essa, pois fazia só uns poucos meses que estávamos ensaiando”,lembraram elas.
Prêmio Nacional
Em 2002 a Banda ganhou o primeiro prêmio em Curitiba, “Me arrepio não esperávamos, fazia pouco tempo que a Banda estava formada,éramos iniciantes e saímos campeões, foi demais”, disseram Roseane e Taísa. Mas, ganhar o prêmio nacional em Brasília foi incrível. “Nossa, ganhar em Brasília foi marcante e passamos um período de muitas vitórias, nosso crescimento foi rápidoe ganhamos vários títulos, mas a primeira derrota também dói muito ficamos mal acostumados, a primeira derrota foi em São Paulo, voltamos a viagem toda chorando, mas foi uma aprendizagem”.
Maestro Rodrigo
Desde de sua criação a Banda teve à sua frente o maestro Rodrigo Correia dos Santos, que foi definido pelas ex-integrantes da Banda como um maestro muito exigente, mas muito companheiro.“Era um paizão, cobrava, exigia, a disciplina era rígida, mas ao mesmo tempo conversava, nos ouvia e orientava, dividia entre nós as responsabilidades, na época nós achávamos ele meio carrasco, mas hoje compreendemos que ele estava tirando omelhor de nós, se tivesse um barulhinho na hora do ensaio ele parava e já chamava a atenção,a exigência e o cuidado era igual com todos, às vezes terminava o ensaio devido às broncas, íamos para casa chorando e dizendo não volto mais, mas chegávamos em casa, ensaiávamos mais ainda e voltávamos para mostrar que tínhamos melhorado. Nossa banda sempre se diferenciava na organização”. Taisa complementou “É amigo de todos até hoje, é meu compadre, padrinho da Nicole”
O QUE FICOU
“Uma lembrança boa, a disciplina que levamos para a vida nos ensinou a conviver com o diferente, as viagens, muito conhecimento e as amizades”.Entre risos “Uma vontade às vezes de criar a banda sênior que é da categoria dos mais velhos”, confessaram as pioneiras.