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O verão segue com força: temperaturas altas e clima abafado já fazem parte do dia a dia. Para muitos, o calor excessivo é considerado estressante, em especial quando acompanhado de suor e aquele bafão. As complicações dessa estação, porém, podem ser muito piores. Confira cuidados especiais que você deve ter nessa época do ano para evitar certas “dores de cabeça”!
Desidratação
“A desidratação é a principal preocupação, já que pode causar redução da pressão, favorecendo ataques cardíacos. Há ainda a possibilidade de ingestão de alimentos contaminados, situação muito comum no verão, o que pode acabar em gastroenterocolite, diarreia e vômito”, explica dr. Abrão José Cury, cardiologista, clínico geral e diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM).
Na estação, as doenças infecciosas, causadas pela transmissão de vírus por mosquitos, e males ligados às chuvas e à contaminação da água também dão as caras.
Além disso, em dias muito quentes e com o ar seco, a mucosa nasal e as vias aéreas ficam ressecadas, deixando o aparelho respiratório suscetível à asma, bronquite e outras doenças.
A insolação também é problema, pois acontece quando a pessoa passa longos períodos exposta ao Sol, em temperaturas bem altas, sem a devida proteção (uso de protetor solar e chapéu). As consequências são pele quente e seca, dor de cabeça forte, tontura, enjoo e vômito.
Segundo o dr. Cury, todos os problemas citados podem se tornar complicações mais sérias, dependendo do histórico de saúde do paciente. “Pessoas mais idosas ou com doenças pré-existentes, por exemplo, são mais propensas a desenvolver quadros graves”, explica.
Além disso, ele afirma que pessoas portadoras de doenças cardíacas, em especial as que tomam remédio para controle da pressão arterial, precisam de orientação médica durante o verão. “Caso a temperatura suba demais, esses pacientes estão sujeitos à vasodilatação e até à queda brusca de pressão”, ressalta.
Cuidados especiais
“A recomendação mais importante é manter-se hidratado com água ou isotônico. O consumo de bebidas alcoólicas deve ser feito com moderação, e não pode ser visto como forma de saciar a sede”, pontua o especialista.
Dr. Cury orienta ainda a evitar a ingestão de alimentos que contenham riscos maiores de deterioração no calor, como aqueles produzidos com maionese e frutos do mar. “Pratos de lugares públicos, de onde não se sabe ou não se confia na procedência – como em parques e praias -, também são contraindicados. Em restaurantes no estilo self-service, há ainda a preocupação por conta da pandemia, já que corre-se o risco de contaminação do alimento por pessoas que se serviram anteriormente”.
Pandemia e prevenção
A COVID-19, inclusive, é motivo de atenção adicional. “Os riscos de infecção independem do ambiente ser aberto ou fechado. O ideal é evitar bares e restaurantes com espaços externos, onde há aglomerações de pessoas sem máscara em volta das mesas”, pontua dr. Cury.
O médico também alerta para que as pessoas evitem ir à praia e a piscinas públicas, devido ao grande número de pessoas em espaços pequenos. Esses lugares só devem ser frequentados se for possível manter o distanciamento social seguro. “Ao contrário do que muitos pensam, o que salva é o distanciamento, não é estar em um lugar ventilado ou não”, finaliza dr. Cury.