Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(i)
Isso é zoeira? Não. Nanão. Não. É o mundo que está pra lá de zoado.
(ii)
Vivemos numa época em que anunciar e dizer o óbvio se tornou um insulto e, a loucura e a estupidez, tranaram-se na medida da douta sobriedade.
(iii)
Indignação é frescura de bocó de mola metido a cidadão crítico. Gente séria faz o que deve ser feito sem ficar batendo o pezinho pra chamar a atenção pro seu umbigo ferido.
(iv)
Antes de culparmos o mundo, ou alguém em particular, por nossos infortúnios, meditemos, serenamente, sobre o peso que nossas escolhas de antanho tem sobre nosso presente.
(v)
Antes de opinarmos sobre o rumo que deve ser dado ao nosso país e ao mundo, seria bem mais interessante darmos uma boa ajeitada no prumo de nossa própria alma.
(vi)
Os revoltadinhos críticos veem as contradições da sociedade capitalista em tudo [até na cama], mas são incapazes de reconhecer as incoerências que estão enraizadas em sua alma.
(vii)
Todo medíocre engajado, sem exceção, acusa de individualismo e blábláblá todo aquele que se recusa a seguir bovinamente o passo da mediocridade ideologicamente estabelecida.
(viii)
De gente amornada que ama fazer pose de boazinha, politicamente corretíssima e que procura manter aquele jeito afetado de pessoa equilibrada, o inferno está cheio.
(ix)
O luto é sagrado, pouco importando quem seja o finado; pois, diante de nossos olhos está exposto, junto com o cadáver velado, o destino silente e irrevogável reservado à todos.
(*) Professor, cronista e bebedor de café.
PADRADAS NA LAGOA RASA
08/02/2017 - 20:40
Autor: Naor Coelho