Humberto Silva Pinho

Por Humberto Pinho das Silva

Francamente não compreendo os políticos da nossa terra: sendo a maioria da população envelhecida – porque os jovens emigram, – raramente se preocupam com ela!

Vejamos: o que fazem os deputados, em benefício dos idosos? Pouco ou nada.

E os Municípios? Pensam, porventura, erguerem lares dignos, com privacidade, para residentes ou naturais dos seus municípios?

Só se recordam deles na época eleitoral, para lhes pedirem o voto…no seu partido. Partido que muitas vezes não inscrevem, no programa, rubricas a favor dos mais velhos.

Constrói-se ou reabilitam-se casas, para estudantes, porque estes pagam, e não acarretam encargos, se caírem enfermos, para os municípios.

Sei bem, como se costuma afirmar, – que os velhos são trapos…Trapos que não produzem e ainda lapidam a nação.

A Igreja – como fazem as misericórdias, – mormente as Ordens religiosas, possuem seminários e mosteiros, que se encontram despovoados, por ausência de vocações. Podiam, se quisessem, recolher idosos, pagando cada qual, consoante os rendimentos que usufruem. Claro, que as autarquias e o Estado, suportariam a maior parte dos encargos.

Ser velho, é estar, no tempo que corre, condenado ao abandono. Viver apartado de tudo e de todos, até, quantas vezes da família – órfãos de filhos e netos, – a não ser que o idoso tenha rendimento, que lhe permita acolher-se a hotéis ou casas de repouso. Casas, que são proibitivas para a maioria dos cidadãos portugueses, e os estrangeiros e emigrantes, aproveitam-nas, por serem mais acessíveis, das que existem nos países onde vivem.

Não sei porque ainda abordo o tema, visto parecer que nem os idosos se preocupam, porque quando usam o direito de voto, não procuram eleger políticos que defendam projetos a favor dos mais velhos.

É bom lembrar: os idosos foram, em regra, os mais sacrificados: trabalharam em serviços, que os jovens acuais não desejam; não tiveram acesso fácil ao ensino; sofreram a guerra do ultramar – muitos ficaram abalados fisicamente e psicologicamente; e chegados à velhice, qual foi a recompensa da Pátria?!…

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