poesia

Por Marcos Serpa – Sukata Duarte – Glauber Duarte

Sentado numa pedra moura

Olhar sebruno perdido,

Vejo uma miragem

O Iguaçu refletido,

Memória açoitando o passado,

Lembranças do rio serpenteado

No lendário Iguaçuano,

Sentinela por muitos anos

Margeando o rio abençoado.

Rio das madrugadas frias

Pés nus no teu areal,

Do peixe e da saracura

Rastros do índio bagual,

De encontro à velha canoa,

E o som do remo inda ecoa

Neste vale profundo e sereno,

Num vitalício ecúmeno

Que o homem vem e destoa.

Rio das aguas barrentas

Correndo de leste a oeste,

Quanto alimento já deste

Ao morador ribeirinho,

Silencioso de mansinho

Cruza por meu recanto,

Em defesa me levanto

Versando as cordas do pinho.

Porém resta um bem precioso

Na retina o velho curso,

Teus vales e cachoeiras

Fazendo grande incurso

Memória do antepassado,

Morador do teu costado,

Iguaçuano por descendência,

Tu és a minha querência

Pra sempre imortalizado.

Debatendo nas barrancas

Meu rio nasce de novo,

Minha história vem junta

Sou descendente de um povo

Iguaçuano daqui não sai

E junto com o Iguaçu vai,

Minha missão é cuidar

Pra o mundo mostrar

O velho Iguaçu meu par.

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