Todos temos vivas em nossa defeituosa memória as imagens dos atentados terroristas perpetrados pelas hostes do Antifa e do Black Lives Metter em inúmeras cidades dos EUA, que ocorreram no fatídico ano passado. Essa turma toda ateou fogo no que quis e depredou geral e, a grande mídia de lá, bem como a de cá, carinhosamente referia-se a esse festival de vandalismo generalizado como sendo meras “manifestações pacíficas” que – talvez, quem sabe, não sei – saíram do controle.
Aliás, se não me falha a dita cuja da memória, os trambolhos midiáticos diziam algo similar a respeito dos atentados que há um tempo atrás ocorreram no Chile. Divago. Já parei. Voltemos ao ponto.
Além da grande mídia americana no ano passado não ter emitido nenhuma fala contundente contra o festival de destruição do patrimônio público e particular, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, e sua vice, não disseram um “A” condenando veementemente a zorra total que estava sendo feita de leste a oeste. Zorra essa que ceifou a vida de 35 pessoas inocentes.
Não apenas isso. Segundo Leandro Ruschel, Kamala Harris, a vice, [supostamente] apoiava explicitamente o angariamento de fundos para pagar a fiança daqueles que foram presos em meio aos atentados, digo, nos atos “pró-democracia e contra o fascismo”, como muitíssimas vozes da grande mídia gostam de chamar.
Bem, foi no ano passado. Agora, em 2021, são outras quebradas. O atual governo dos EUA recebeu essas figuras – leves, livres e soltas – com balas de borracha, spray de pimenta e, é claro, gás lacrimogêneo. Por quê? Ora, eles simplesmente fizeram o que fizeram durante todo o ano passado, porém, o fizeram na sede do Partido Democrata, em Portland, logo após a posse do senhor Biden e da senhora Harris.
Tal atitude sinalizaria uma baita hipocrisia, não é mesmo? Nada disso. Hipocrisia é um elogio feito pelo vício à virtude. Isso é cinismo maquiavélico mesmo, que faz do duplo padrão moral uma arma política para fortalecer o partido e conquistar o poder, bem do jeitão que era ensinado por Leon Trotsky.
Quer dizer, não sei se os figurões do Partido Democrata leem o velho Trotsky, mas eles conhecem muito bem os ensinamentos de Saul Alinsky, mentor de Obama e de Hillary Clinton. Aliás, sugiro a leitura do livro “Tratado para radicales – manual para revolucionarios pragmáticos” de Alinsky, obra a qual ele dedica a Lúcifer, o primeiro, segundo ele, de todos os “revolts”. Já sei, divaguei mais uma vez. Perdoem-me.
O ex-agente da KGB, Yuri Bezmenov, nos anos 80 do século passado, ministrou inúmeras palestras nos EUA a respeito daquilo que poderíamos chamar de “a arte da subversão”. Arte essa que, em resumidas contas, pode ser didaticamente resumida em quatro etapas. Primeiro deve-se desmoralizar a sociedade até o talo. Feito isso, parte-se para a desestabilização da mesma que, consequentemente, acaba precipitando numa crise sem par que, por sua deixa, cria as condições objetivas para se conquistar o poder. Após a conquista, entramos na quarta e última etapa: a normalização.
Resumindo: aqueles que foram extremamente úteis para desmoralizar, desestabilizar e precipitar a sociedade numa crise para que o partido tomasse posse do poder, se tornam um grande incômodo e, por isso mesmo, terminam sendo descartados, das mais variadas formas possíveis, para se poder “normalizar” as coisas. Que coisa hein?
Outro ponto que gostaria de chamar a atenção é para um aspecto da inauguração da Era Biden. Na cerimônia, como todos notaram, não havia muitas pessoas. Havia um mar sem fim de bandeiras no lugar e pouquíssimos cidadãos. Alguns disseram que era para representar os finados que votaram em Biden pelo correio. Pode ser. Não sei.
Mas uma coisa para mim é certa: as imagens da cerimônia de posse de Joe Biden lembram demais inúmeras cenas do filme “O triunfo da Vontade” de Leni Riefenstahl, de 1935. Essa obra cinematográfica infame, e chata pra caramba, é um filme de propaganda do sexto Congresso do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores da Alemanha – nazistas – que foi realizado em 1934, na cidade de Nuremberg.
Em Nuremberg, para esse congresso, reuniram-se aproximadamente 30.000 membros do partido ignóbil; já em Washington, para ver Biden entrar na Casa Branca, havia pouco mais de meia-dúzia e, é claro, 25.000 soldados para afastar o povo da cerimônia, digo, para garantir a segurança do novo presidente dos EUA e das suas incontáveis bandeiras.
Noves fora zero, o que realmente me impressionou foi a semelhança das imagens das bandeiras na posse de Biden com algumas das cenas do referido filme alemão da década de trinta. Só isso. Divaguei? Divaguei. Mais uma vez, me desculpem.
Um dos primeiros atos de Donald Trump, estando na presidência dos EUA, foi cortar as verbas que até então eram destinadas às organizações abortistas. Não apenas isso. Formou uma aliança com outros países em defesa da vida e contra esse genocídio silente que é o aborto. Biden assumiu e, um de seus primeiros atos foi, nas palavras da grande mídia, colocar uma pá de cal nisso tudo que foi realizado pelo presidente anterior. Outra divagação. Foi mal.
Pois é. Divagações e mais divagações, tudo acaba sendo um amontoado de divagações. Mas, como nos ensina Lovecraft, nas hediondas linhas iniciais do livro “O chamado de Cthulhu”: “a coisa mais misericordiosa do mundo, acho eu, é a incapacidade da mente humana correlacionar tudo que ela contém. Vivemos em uma plácida ilha de ignorância em meio a mares tenebrosos de infinidade”.
A realidade, diante de nossos olhos desatentos, acaba sendo sempre um amontoado de divagações quando não somos capazes de ligar alhos com bugalhos em nossa moringa. Porém, no dia em que fizermos isso, ligarmos os pontos, “a junção das peças do conhecimento disperso descortinará visões tão terríveis da realidade e de nossa pavorosa posição dentro dela que só nos restará enlouquecer com a revelação ou fugir da iluminação mortal”, como nos explica Lovecraft, de forma acachapante, nas suas hediondas linhas iniciais de sua obra “O chamado de Cthulhu”.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
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