Francisco Carlos Caldas

A dança é arte, cultura e temos um encanto em ver os outros dançarem.

Quando era menino, gostava muito de dançar, e sonhava em ficar maior de idade, para se mandar e não perder mais nenhum baile destas plagas.

Depois na juventude e idade adulta, por alguma razão que a própria razão desconhece, desaprendi a dançar, e minha esposa que era dançadeira, alega que este escriba dança muito mal. O corpo não é leve, é como tivesse que ser arrastado, e quem sabe até  na linha,  caixão sem alça.

Apesar dessa deficiência, e ter deixado de ir a bailes, continuamos fascinando por dança, e não me canso de ver os outros dançarem. Nela vemos o princípio da igualdade se efetivar. É uma terapria que ricos e pobres, problemáticos e não problemáticos, credores e devedores quase que se igualam, e as vezes até os mais vulneráveis se superam  e atingem níveis maiores de satisfação. Além de fazer a cabeça é um bom exercício físico.

Tem um senhor de Pinhão, que é meio baixinho, mas que numa sala de dança, até humilha os outros com o seu desempenho. Coloca  a cabeça, meio que encostado nos seios da prenda, e enquanto uns dão meia volta no salão, ela dá duas ou três. E não se cansa; se for bom para trabalhar que nem é na dança, nunca lhe faltará serviço, emprego ou empreitada.

Na década de 1980, que por ser da Diretoria, ia há alguns bailes do CTG Pala Gaudério, lembramos do sucesso que fazia na dança o Sebastião Fonseca, da antiga Rondinha, hoje Reserva do Iguaçu, e que na década de 60 foi meu colega de Colégio Agrícola Arlindo Ribeiro, de  Guarapuava.

Citamos aqui duas pessoas, mas são dezenas que nos encantam com suas danças, e por nessa arte e cultura, irradiarem felicidade.

Gosto muito de um crônica do Realismo e de Machado de Assis, intitulada “Um par de Botas”, em que faço um paralelo e analogia com o que ocorre nas danças da gente da nossa Terra pinhãoense.

Meio quase que invejei o hoje sumido Sassá dançando na frente do palco, nas danças de rua das Festas do Divino. Queria superar timidez, vergonha, para dançar como muitos aqui o fazem.

Já fizemos até plano de um dia ir num Baile de Chopp, na Colônia Entre Rios, ou em Ponta Grossa ou Breakfast de Joinville, para no meio de estranhos, “soltar a franga” como se diz, e com um pouco de chope, deslizar na sala, livre, leve e solto, apesar dos 86 kgs, de peso, e incômoda protuberância abdominal.

Cada louco com suas manias. E de perto ou se expondo como vezes ou outra fazemos em nossas matutadas, ninguém é normal.

Este escriba tem uma neta atualmente com 5 anos de idade, e no que depender de nossa ajuda, influência e apoio na sua formação educacional, ela vai aprender a dançar, músicas de qualquer gênero, xote, bugio, vanerão,  chamamé, valsa, ao rock and roll ou lambada sem lambança.Tudo é muito lindo, quando se faz com simplicidade, espontaneidade, leveza, arte, e sem escândalo, ou exacerbada apelação e exibição erótica.

Que a dança não seja só consequência de quem se bobeia, mas de arte, cultura, lazer construtivo, beleza, exercício físico-mental e momentos felizes.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão).

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