“É uma satisfação, estou começando a minha caminhada profissional na minha cidade, isso me deixa feliz”, afirma Marcelo

Acredita-se que cada ser humano quando nasce, recebe uma missão, alguns vieram ao mundo para ensinar, outros para construir, há aqueles que vêm para defender um time esportivo, e entre tantas profissões, está aquela que se destina a salvar vidas, ser médico.

Uma destas crianças vindas ao mundo em meados dos anos 90, além da alegria para seus pais, trouxe esta missão. Pelo talento de suas mãos, acalma mães aflitas diante da enfermidade de seus filhos e para os idosos é sinônimo de paz e tranquilidade ao escuta-los. Pois é o que mais necessitam nesta fase da vida, atenção.

Hoje, com 25 anos, o jovem Marcelo Augusto de Sousa Deschk nascido no Hospital da Vila da Copel, no município de Reserva do Iguaçu, volta às suas origens, na bagagem uma grande conquista, o diploma de médico, formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, e com uma grande vontade de trabalhar pelo bem mais precioso, a vida.

Marcelo com os pais Marli e Nica (Foto: Gisele de Pádua/Fatos do Iguaçu)

Marcelo com os pais Marli e Nica (Foto: Gisele de Pádua/Fatos do Iguaçu)

Filho do bem quisto casal Marli Aparecida de Souza e de Valnoir José Deschk, o Nica, é irmão de Valnoir Deschk Júnior e Maria Fernanda.

Ele conta que teve uma infância e uma juventude feliz, como toda criança, teve brincadeiras, provas para estudar, futebol com os amigos, viagens e traquinagens. E foi num dia comum que o pequeno Marcelo teve que ser levado para o Hospital Santa Tereza em Guarapuava, onde ficou internado. Poderiam ser dias chatos para uma criança, porém, para ele foram dias de descoberta, o menino descobriu sua verdadeira vocação: salvar vidas. “Fiquei observando os médicos, a rotina do hospital e desde aquele momento acabei optando por ser médico”.

Ao falar de sua escolha, seus olhos brilham e o transporta para um ambiente onde visualiza cada atendimento, cada paciente e o que poderá fazer por eles, ouvindo-os e buscando o tratamento certo para cada um.

Marcelo conta, e com orgulho, que toda sua caminhada escolar da educação básica foi em Reserva do Iguaçu. “Fiz todos os meus estudos aqui em Reserva do Iguaçu, fui para Curitiba para fazer cursinho e fui aprovado na Universidade de Ponta Grossa. Faculdade a qual tenho muito a agradecer, o curso, os professores muito bons, eles me ensinaram a ouvir o paciente, a diagnosticar e a tratar de forma muito humana. Nunca me bateu o arrependimento, a cada dia me sinto mais satisfeito, a cada dia que passa, eu vejo que fiz a escolha certa”, contou.

Com a esposa Vallorie (Foto: Arquivo/Pessoal)

Com a esposa Vallorie (Foto: Arquivo/Pessoal)13

Recordou que quando conversou com os pais sobre o futuro profissional, teve todo o apoio deles e que apesar de ter frequentado uma boa escola, havia a necessidade de uma dedicação maior, já que a disputa em medicina é imensa. E durante o último ano do ensino médio, a rotina do estudante ficou muito pesada, pois pela manhã frequentava o Colégio, à tarde trabalhava e à noite seguia para Guarapuava a fim de frequentar o cursinho pré-vestibular. Depois seguiu para Curitiba, um grande centro que assustou um pouco o jovem médico. “A rotina era cursinho-casa-casa-cursinho, estudava umas 10 horas por dia, pois buscava um sonho e apoio não faltou, tanto financeiro como de incentivo, carinho e atenção, toda a família sempre junto, me apoiando. Minha mãe sempre me ligava para saber com eu estava. A rotina da Faculdade não é tão estressante quanto a do cursinho, onde há uma cobrança maior e você se cobra mais”.

VOLTA PARA CASA

Os pais são comerciantes e Marcelo, quando não estava estudando, estava ajudando a família nas empresas, fosse entregando material de construção, abastecendo o carro dos clientes ou em outras atividades. “Estou formado há seis meses e neste tempo procurei me especializar em áreas onde sabia que é carente, que é urgência e emergência. Fiz plantões em várias cidades e assim que surgiu a oportunidade optei por voltar. Não sabia como seria depois de formado, mas sempre tive o desejo de trabalhar aqui. E consegui realizar o meu desejo, estou muito feliz, pois o município necessita de um médico que more aqui, que estivesse disposto a estar de sobre aviso para qualquer emergência. Aqui estou perto dos pais, da família. Quero me especializar em Ortopedia, mas os planos iniciais são de ficar aqui por alguns anos. A atenção básica requer que você disponibilize um tempo maior com o seu paciente, de lhe dar uma atenção especial. É uma satisfação, estou começando minha caminhada profissional na minha cidade, isso me deixa feliz. Também quero trabalhar nas comunidades do interior, atender o povo daqui é algo muito especial para mim”.

VELHOS CONHECIDOS

Ao iniciar seu expediente dia 01 de fevereiro, Marcelo já encontrou inúmeros conhecidos, alguns velhos conhecidos do tempo de infância e da escolar. Outros clientes das empresas de seus pais, onde ele entregou material ou abasteceu o carro. “Conhecer o paciente é um ponto positivo, pois estabelece uma confiança maior entre nós, é uma relação muito satisfatória, eles acatam o tratamento, seguem as recomendações como fazer exercícios, reeducação alimentar, entre outros”.

VIDA NOVA

Apesar de estar focado na profissão, Marcelo também foi atingido pela flecha do cupido, no quarto ano da faculdade conheceu a estudante de direito, Vallorie Medeiros, que colou grau na última quinta-feira. E, para alegria de todos, o jovem médico em breve será papai. “Tínhamos um bom convívio e fomos morar juntos no ano seguinte. Ela foi meu apoio durante os estágios, os plantões e a conclusão do curso. Da mesma forma também fui para ela. Este amor aumenta a cada dia”.

ORGULHO

A mãe lembra que o filho é um orgulho para a família e um exemplo aos amigos, aos professores, pois Marcelo nasceu em Reserva do Iguaçu, onde estudou, saiu para cursar Medicina e voltou para a sua cidade para exercer a profissão escolhida. “As pessoas conhecem ele, nós tínhamos esta vontade, que ele voltasse e trabalhasse aqui. Nunca forçamos, foi o destino que trouxe ele para cá. È gratificante ver ele formado e servindo ao povo”, lembrou o pai. Pois vivemos do comércio onde as pessoas gastam em nossas empresas e este recurso custeou seus estudos e agora ele volta para retribuir”.

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