Por Paulo Henrique Gomes

A missão é difícil: se classificar para as oitava de final da Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Disputando seu Mundial, a seleção do Irã faz parte do grupo B, ao lado de Portugal, Espanha e Marrocos. Os iranianos terão que desbancar os adversários europeus para se classificar, pela primeira vez em sua história, para o mata-mata de uma Copa do Mundo.

Comandada pelo português Carlos Queiroz, a seleção do Irã irá disputar, pela primeira vez, duas Copas consecutivas. A primeira participação dos iranianos em Copas ocorreu em 1978, na Argentina. Na época, vinham de um tricampeonato da Ásia. As conquistas de 1968, 1972 e 1976 faziam com que chegassem animados para disputar a principal competição de futebol do mundo. Mas nem tudo saiu como o previsto. Com um empate em três jogos, o Irã foi eliminado na primeira fase e ficou em 14º entre 16 seleções.

Com a Revolução Iraniana de 1979, que desencadeou a Guerra entre Irã e Iraque, entre 1980 e 1988 a seleção iraniana perdeu espaço no futebol. O Irã abandonou as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1982, além de se recusar a participar das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1986, por se recusar a jogar em campo neutro durante a competição.

O desempenho na Copa Asiática também caiu. Os iranianos conseguiram como melhor resultado a terceira colocação nos anos de 1980, 1988, 1996 e 2004.

Vinte anos depois de disputarem a competição pela primeira vez, os iranianos voltaram a uma Copa. Em 1998, na França, perderam para Iugoslávia e Alemanha, mas conseguiram sua primeira vitória na competição, quando derrotaram os Estados Unidos por 2 a 1. Terminaram a competição em 20º lugar.

Fora em 2002, o Irã voltou ao Mundial em 2006, na Alemanha, mas ficou em último lugar em seu grupo, com apenas um ponto conquistado contra a Angola e derrotas para México e Portugal. Na última Copa, em 2014, no Brasil, os iranianos decepcionaram mais uma vez e ficaram em último lugar no grupo, com apenas um empate diante da Nigéria e duas derrotas, para Bósnia e Argentina.

Para chegar ao Mundial de 2018, o Irã passou por duas fases nas Eliminatórias Asiáticas. Na primeira delas, conseguiu seis vitórias e dois empates e se classificou em primeiro lugar de seu grupo. Na fase seguinte, se classificou na primeira colocação no grupo que tinha Coreia do Sul, Síria, Uzbequistão, China e Catar. Ao final, se classificou de maneira invicta. Foram 12 vitórias e seis empates, com 36 gols marcados e cinco sofridos.

Quem pode brilhar pelo Irã na Copa é o atacante Alireza Jahanbakhsh. Apesar do nome difícil, o jogador foi o primeiro asiático a ser artilheiro de uma liga europeia ao anotar 21 gols pelo time holandês do AZ Alkmaar.

Carlos Queiroz pré-convocou os 35 jogadores que podem defender a seleção iraniana na Copa com duas surpresas. O técnico português chamou os meias Shojaei, de 33 anos, e Hajsafi, de 28 anos, que estavam afastados desde agosto de 2017 por divergências com a federação local. Tudo porque enfrentaram um time de Israel, o Maccabi Tel Aviv, quando defendiam o Panionios, da Grécia.

À época, o ministro de Esportes do Irã, Mohammad Reza Davarzani, chegou a dizer que os jogadores haviam “violado a linha vermelha” ao jogarem com “representante de um regime repugnante”, o que seria “inaceitável para seu povo”.

Fundada em 1920, a seleção iraniana fez sua primeira partida internacional em 1941, contra o Afeganistão, e empatou por 0 a 0. O maior artilheiro da história das seleções é do Irã: Ali Daei, que marcou 109 gols em 149 jogos, e fez história com a camisa iraniana entre 1993 e 2006. Números que superam, inclusive, marcas de jogadores lendários, como Puskás e Pelé.

Na Copa, o Irã está no Grupo B da competição e estreia contra Marrocos, em 15 de junho, em São Petersburgo. Cinco dias depois, enfrenta a Espanha, em Kazan. O último jogo da primeira fase será diante de Portugal, em Saransk, dia 25.

Fonte: Agência Rádio Mais

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