As mortandades e criminalidades que vem ocorrendo em Pinhão, no Distrito de Bom Retiro, localidades dos Albinos, Faxinal dos Silvérios, Poço Grande e redondezas, descambaram para um patamar que não há mais como não ser enfrentado via uma força tarefa pelas autoridades e lideranças locais, Região e Estado.
No início da década de 1980, o Faxinal dos Coutos, passou por uma situação parecida, ainda que bem de menor intensidade.
A nossa estréia na política foi em 1986, quando estava iniciando uma cadeia de conflitos em Pinhão, na região de faxinais entre colonos e criadores de animais soltos (antigo sistema faxinalense), e que nos levaram a fazer uma crônica publicada no Jornal A Voz do Pinhão de 1º-15/03/1986 e pela vez primeira falar numa Rádio, a Cultura de Guarapuava.
Em outº. e novº. de 2000, Pinhão passou por uma onda assaltos ao comércio da cidade, e escolas, associações, autoridades e lideranças se mobilizaram, fizeram manifestos e reivindicações e melhorias ocorreram.
Este ser com profundas raízes em Pinhão, político e cidadão razoavelmente antenado com a história do Município, está altamente preocupado com os rumos que as coisas tomaram na região do Bom Retiro. Já ouvimos muitas histórias de discórdias e impasses entre possuidores, condôminos, interessados em se apossar de áreas adquiridas e possuídas no passado pela empresa Zattar.
Histórias que vão dos assassinatos de Sérgio Camargo de Freitas a Luiz Domingues da Luz em 19/04/2010; dos familiares do seu Pedro Duarte de Macedo, de Valdivino Almeida; os recentes atentados e tentativas de assassinato, dos munícipes Francisco José Ferreira Mendes e Juarez Boeira; e por último na noite de 4/8/19, assassinato do Sr. João de Jesus Lima, mais conhecido como João Pires. E que as narrativas que ouvimos são tão complicadas, que em regra nos dão “nós” e “curtos circuitos” em nossos miolos.
As conexões de uma coisa e outra são tão complicadas, que sem um histórico lá do início, o entendimento e compreensão são muitos difíceis. E tudo se agravou com o declínio econômico-financeiro da empresa Zattar, ações e influências do MST que aflorou cobiças, ações de “justiceiros”, lavradores de araque (sem terra debaixo da unha e linha “gafanhotos”) e gente querendo fazer reforma agrária arbitrária e na louca, e desmatamentos e ilegais e crimes ambientais, abigeatos, proliferaram e até falsas vítimas do capitalismo, e exploradores dos mais fracos e oprimidos, travestidos de socialistas e comunistas.
No Pará, Pinhão e outros locais do País, famílias se digladiam, e assassinam mutuamente em conflitos fundiários, e muitas vidas são ceifadas, alguns só porque defendem certas causas e ideologias, outros por ambições, criminalidades e banditismo mesmo, e de “bobeiras” acabam ganhando 7 (sete) palmos de terra no peito, quanto não são enterrados em cova rasa.
Pinhão já teve eventos impactantes, entre os quais audiências públicas na Câmara Municipal contra violência e conflitos fundiários, impasses de invasões de terras, conflitos agrícolas com sistema faxinalense.
Pinhão, seu território e fisicamente é um dos melhores lugares do mundo, e não merece, o que estão fazendo e deixando fazer com ele. É este uma espécie de grito de guerra pela PAZ, e levante ainda que só com o cabo e bainha do facão – ferramenta de trabalho e não arma.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista, cidadão)