Foto: reprodução transmissão ao vivo/redes sociais

Por Naor Coelho – Portal Fatos do Iguaçu


Durante a sessão da Câmara Municipal de Pinhão realizada nesta semana, o morador da comunidade Assentamento Rocio, Adilson Litka de Meira, utilizou a Tribuna  para relatar as dificuldades enfrentadas por famílias do interior do município devido às precárias condições das estradas rurais. Em sua fala, o morador também criticou a atuação do secretário municipal de Infraestrutura, Osvaldecir Lima, conhecido como Cunha, afirmando que há falta de igualdade no atendimento às comunidades.

“Paguei mais de R$ 11 mil por serviços que deveriam ser públicos”

Adilson, que reside há mais de duas décadas na localidade, relatou que em uma de suas propriedades — onde vive há 17 anos — nenhuma máquina da prefeitura jamais realizou manutenção na estrada de acesso, obrigando-o a custear o próprio deslocamento.
Segundo ele, foram mais de R$ 11,5 mil pagos em serviços particulares para abertura de estradas e construção de bueiros.

“Tenho comprovantes de pagamento. Paguei por hora de máquina, por caçamba, para jogar cascalho e arrumar bueiro. Já cheguei a puxar pedra no carrinho de mão para tampar buraco. Não é justo o morador ter que pagar por um serviço que é obrigação da prefeitura”, declarou.

Acusações de favorecimento e uso indevido de máquinas

O morador também denunciou que as máquinas da Secretaria Municipal de Infraestrutura estariam sendo utilizadas para serviços particulares dentro de propriedades privadas, enquanto outros moradores aguardam atendimento há anos.

“O cara leva a máquina e faz serviço dentro da propriedade de dois ou três, que nem é acesso de estrada. Aí, quando o pobre precisa, tem que pagar. Não sou contra ajudar, mas o serviço tem que ser igual para todos”, afirmou.

Adilson citou ainda que, mesmo após diversas solicitações à secretaria e promessas de atendimento, o trecho que dá acesso às suas propriedades — cerca de 500 metros de estrada — continua intransitável.

“A estrada está tão ruim que nem moto chega mais com tempo de chuva. Pedi apenas uma patrola para sarjetar e deixar a água correr, é um serviço simples. Se fosse feito, durava cinco ou dez anos sem problema”, lamentou.

Falta de manutenção e iniciativas particulares

O morador também mencionou casos de outros residentes que tiveram de realizar obras por conta própria, como a construção de uma ponte na região do  Silvério, feita com recursos e materiais particulares. Segundo ele, a falta de apoio público tem levado a situações de risco e conflitos legais.

“Meu cunhado e vizinhos fizeram uma ponte com eucaliptos e prancha. Fizeram por necessidade, e ainda quase foram processados por isso. As pessoas querem apenas poder ir e vir com dignidade”, relatou.

Críticas à gestão e apelo por igualdade

Apesar de afirmar ter respeito pessoal pelo secretário Osvaldecir Lima (Cunha), Adilson foi enfático ao afirmar que a gestão da infraestrutura municipal não tem atendido de forma igualitária.

“O Cunha é uma excelente pessoa, mas na função de secretário não está me servindo. Falta competência para fazer pareio, olhar toda a população com igualdade. Não dá para atender dois ou três e esquecer o resto”, disse.

Reivindicação por atendimento justo

Encerrando seu pronunciamento, o morador pediu que a prefeitura adote critérios técnicos e justos no planejamento das manutenções rurais, de forma que todas as comunidades sejam atendidas, sem distinção política ou pessoal.

“Não quero privilégio, só quero que olhem por todos. Que façam pareio, sem dividir por cor, classe ou política. O pobre também precisa de estrada para trabalhar e viver com dignidade”, concluiu.

A reclamação de Adilson Litka de Meira soma-se a outras manifestações recentes de moradores do interior pinhãoense que vêm utilizando a tribuna da Câmara Municipal para cobrar melhorias nas estradas rurais e maior transparência na execução dos serviços públicos.

Ouça a fala de Adilson na tribuna:

Compartilhe

Veja mais