Dra Jeidy Sanchez Gomez

Jeidy Sanchez Gomez , médica que  desde 2021 atua no Sentinela | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Pelo último boletim divulgado pela secretaria municipal de Saúde do município de Pinhão/PR, na segunda-feira, 24 de janeiro, havia 506 pessoas com o vírus ativo da Covid-19 e 125 suspeitos, aguardando resultado de exame.

Esse número é altíssimo para uma população de 32 mil habitantes, principalmente a de suspeitos,  indica um ritmo crescente do contagio.

Na tarde da segunda-feira no Sentinela, a jornalista Nara Coelho  conversou com a médica  Jeidy Sanchez Gomez que  desde 2021 atua no Sentinela e com o enfermeiro José Renan Souza da Silva que atua no setor de epidemia do município. Segundo ele  são  feitos em  média  300 atendimentos ao dia.

Os testes rápidos realizados desde o dia 17 de janeiro, em 15 minutos sai o resultado, eles estão podendo acompanhar melhor os pacientes, “Primeiro é preciso que as pessoas compreendam que o teste rápido é realizado nas pessoas que apresentam determinados sintomas, não é para todo mundo. O teste rápido nos dá mais agilidade no atendimento, pois já entramos com a medicação certa e os infectados e sua família percebem a gravidade mais rápido da situação e respeitam mais o isolamento, pois ficam conscientes que podem contaminar outras pessoas”.

Ele complementou, “a situação de hoje é o reflexo das confraternizações de final de ano e das viagens para as praias e outros locais”.

Enfermeiro José Renan Souza da Silva e a médica Jeidy Sanchez Gomez | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

A população está desesperada

A médica explicou que o número de casos é grande, mas os sintomas têm sido bem mais leves.

No entanto, a população tem chegado ao Sentinela muito desesperada e nervosa, ela pede calma as pessoas, “Estamos tendo em Pinhão, muitos casos positivos, a maioria leve, graças a Deus, por causa da vacinação. Mas a população está chegando aqui muito desesperada, é importante que as pessoas saibam que nós somos seres humanos também, que estamos trabalhando e somos poucos. Temos vários colegas que estão afastados porque positivaram. Sabemos que todos querem ser atendidos, na medida do possível, vamos atender a todos, mas pedimos calma da população, muita compreensão, pois às vezes, inclusive estou sozinha para atender a todos”.

Há uma prioridade no atendimento

A proposta é sempre atender a todos, mas por questão de vulnerabilidade eles determinaram prioridades, “Nossa prioridade é gestante, crianças, idosos e pacientes com sintomas mais graves, mas na medida do possível estamos atendendo a todos. Pedimos muita compreensão e paciência, pois somos seres humanos e estamos esgotados, terminamos o dia eu e toda a equipe mortos de cansados. Temos que nos cuidarmos, pois se positivarmos será menos profissionais para atender a população”.

Vacinação faz a diferença

Segundo a médica Jeidy, eles têm atendido tantos pacientes que não se vacinaram como que estão com o ciclo da vacina completo, no entanto ela ressalta que graças à vacina os pacientes têm desenvolvido sintomas leves da doença, “O que fica claro é que a maioria tem sintomas leves, muito pouco sintomas graves e isso é graças à vacinação”.

Vacinação e cuidados têm que andar juntos

Tem se notado na população o pensamento: estamos vacinados, se pegar vai ser leve, e com isso se nota nitidamente um relaxamento no uso da máscara, do álcool 70 e principalmente do distanciamento físico e evitar aglomeração.

A médica ressalta que os cuidados são tão importantes quando a vacinação, “Ninguém pode afirmar que terá os sintomas leves, não há como prever como cada organismo vai reagir. Não há como saber como está a nossa imunidade e como ela vai reagir a novas cepas. Pedimos que a população continue se cuidando, que já é visto que a pandemia não acabou. As pessoas precisam continuar usando a máscara, o álcool e todos os outros cuidados. Pois temos uma minoria de pacientes em estado grave, o ideal é não termos pacientes”.

Atenção aos sintomas

Jeidy chama a atenção da população para os sintomas e a importância de procurar o Sentinela, “Como os sintomas têm se apresentado mais leves, as pessoas acham que é uma gripe e nem vem ao Sentinela, muitas vezes estão positivados e continuam contaminando as outras pessoas. É muito importante que todas as pessoas que tiverem sintomas gripais, dor de garganta, de cabeça, diarreia, vômito, por favor independente  do sintoma, se são um ou mais, nos procure para avaliarmos. Pois tem gente contaminada transmitindo porque está achando que está com uma gripe”.

É importante vacinar as crianças

 Dra. Jeidy faz um pedido aos pais,O medo dos pais em relação à vacina para as crianças é o mesmo quando chegou as vacinas para os adultos, é normal esse medo. Toda vacina tem suas reações, mas se a vacina chegou, é porque a Anvisa já a testou. Ela é importante, o que temos notado aqui é que tem positivado muitas crianças porque não estão vacinadas. Solicitamos aos pais que levem seus filhos para vacinar”.

A faixa etária atingida agora são as crianças

A médica complementa, “O número de crianças  aumentou muito inclusive de crianças com apenas alguns meses de vida”.

De acordo com o enfermeiro José Renan,  “O perfil dos pacientes nesse momento mudou, agora está entre as crianças e adolescentes. Um dos motivos é que a população idosa e a adulta já estão vacinadas. O que está nítido é que o foco dessa onda do Ômicron e mesmo da Delta, que ainda está aí,  são as crianças e os adolescentes. Já tivemos caso aqui de criança com menos de um ano que foi internada, mas graças a Deus se recuperou. Reforçamos a importância de levar as crianças para tomar a vacina.

Vacinar é proteger  todos

Dra Jeidy destaca:

Quando a pessoa toma a vacina ou leva seu filho para vacinar, ela está se protegendo, protegendo seu filho, sua família e o restante da população. A vacinação tem ajudado muito e nós vemos isso aqui todos os dias a todo momento. Temos hoje muitos casos positivos, mas não se compara o que vivemos o ano passado, pois tínhamos muitos precisando de oxigênio, internação,  e de serem entubadas. A vacinação tem sido muito importante nesse momento histórico da pandemia que temos essa quantidade de pessoas positivadas, mas com sintomas muito mais leves”.

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