A maturidade é um momento efêmero, um momento exprimido entre as tolices da juventude e os arrependimentos que assombram a velhice.
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O contraditório é fundamental para a formação do nosso caráter. É muito difícil compreender, com um mínimo de clareza, qualquer coisa se não temos, em nosso íntimo, um punhado de pontos de comparação e um sincero desejo de conhecer a verdade, mesmo se essa abale os alicerces de todas as nossas convicções.
Porém, há um detalhe importante que deve ser levado em consideração: há pessoas que procuram o contraditório de maneira honesta e sincera, porque realmente desejam ver a realidade como ela é; outros, como todos muito bem sabemos, apenas querem reafirmar a ignorância fundamental de sua deformada personalidade bovina. Só isso e olhe lá.
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A vida é breve. Como é. A gente se bobeia e, quando vê, ela passou. Por essa, e por outras razões, lembremos sempre que os nossos dias de varagem por esse mundo são poucos para ficarmos desperdiçando com mesquinharias que apenas apequenam a nossa alma.
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Constância e propósito; isoladas uma da outra, não passam de palavras que nos remetem a forças inconstantes e desordenadas que habitam o âmago da nossa alma. Agora, se estas forem ordenadas, elas acabam dando sentido e ordem uma à outra, gerando uma sutil tensão no âmago de nosso ser que pode nos impulsionar para sermos muito mais do que somos; para sermos aquela pessoa que devemos ser.
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No meu tempo de moleque, vivido lá pelos idos dos anos oitenta, nós brincávamos de Rambo. Isso mesmo. Metralhadora de brincado na mão; faca de plástico no bolso do calção; arco, flechas e aljava, feito por nós mesmos, nas costas; um retalho de pano vermelho amarrado na cabeça e pronto: o fervo estava feito.
Era assim no meu tempo de guri, hoje, não mais. Nestes dias mimizentos em que vivemos, Rambo tornou-se uma espécie de bicho-papão terrível que assusta muito, muitíssimo; porém, não são as crianças que se pelam de medo dele. São as pessoas crescidinhas [politicamente corretas], de alma sebosa e limpinha, que fazem beicinho quando veem a cada feia do velho boina verde.
Escrevinhado em 19 de setembro de 2019,
por Dartagnan da Silva Zanela.
Do fundo da Grota: http://zanela.blogspot.com