Mary Rech

Por Nara Coelho

Conversar com a Mary é sentir a força da juventude, a energia que leva à inquietude do querer fazer e realizar. É ver como a vida é rápida e dinâmica, a menina que outro dia brincava, num vapt-vupt já é uma psicóloga, esposa, mãe.

Marizelia Camargo Ramos Rech é uma mulher…

De 30 anos, que gosta de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, que mesmo sendo, digamos, estabanada, dá conta de ser psicóloga, coordenadora da Educação Infantil, esposa, mãe.

Mary comemorando seus 30 anos
Foto: Arquivo pessoal

Pacienciosa, que sabe ouvir e se colocar no lugar do outro, bonita, simpática, que cuida da saúde e valoriza a liberdade de escolha.

Que busca melhorar suas inseguranças.

 Verdadeira, justa, que briga e para o pé quando vê injustiça.

Marizelia é a Mary…

A primeira coisa a se dizer sobre ela é que ela estranha muito quando a chamam pelo nome completo, inclusive, fica com a impressão de que vão lhe chamar a atenção, porque desde muito pequena, seja em família ou entre os amigos é a Mary.

Fran, mais que irmã, a companheira…

Foto: Arquivo Pessoal

Das duas filhas do casal Nilson José de Ramos e Elisangela Aparecida Camargo, Mary é a mais velha, porém, a pequena diferença de idade dela para a irmão Franciele Camargo Ramos, as aproximou muito.

A presença marcante da irmã Fran na vida da Mary é percebida logo, pois em todos os momentos da vida por ela relatados a irmã está presente, “A primeira lembrança de infância é eu e minha irmã sempre juntas, a nossa diferença é só um ano e dois meses, as pessoas sempre perguntam se nós somos gêmeas, a gente foi para a escola juntas, nosso círculo de amizade é o mesmo, é tudo de bom porque vivenciamos as fases juntas, eu amo ter minha irmã comigo”.

Uma infância em família…

Foto: Arquivo Pessoal

 Já no início da entrevista se evidencia que família é algo forte na vida da Mary, que a infância foi na casa dos avós, o encontro com os primos era a certeza de muita diversão “Minha infância foi na casa dos meus avós, Lourdes e Sebastião de Ramos, (in memoriam) e dos meus tios, a familia do meu pai é uma familia grande, tenho muitos primos, são todos da minha faixa de idade, assim, a brincadeira era garantida. Até hoje nos reunimos e nos visitamos, nossa família é muito unida”.

Na foto família materna. Aqui estamos nós com a avó Lenir, tias e primos, faltando alguns. Essa avó representa muito bem essa data especial em homenagem ao dia da mulher. E como falar da minha vida sem falar desse exemplo de força, fé e perseverança que ela sempre foi. | Foto: Arquivo Pessoal

Pinhão, minha casa… 

Morar no Pinhão para Mary é tudo de bom, “Só saí daqui para estudar e trabalhar na área de psicologia por 2 anos, mas voltei logo que pude, na verdade dois anos, um eu ia e voltava todo dia, porque não aguentei ficar longe do Pinhão, adoro morar aqui, não me vejo morando em outro lugar”.

A Psicologia… “Amor à primeira vista”

Foto: Arquivo Pessoal

 “Psicologia pede empatia, eu sempre tive facilidade para me colocar no lugar do outro.

Entre 13 e 14 anos eu já tinha curiosidade sobre a psicologia, lia, especulava quando encontrava alguém da área. Acredito que é uma vocação, pois sempre gostei de conversar, ouvir as pessoas”.

Mesmo tendo a mãe com uma carreira no magistério e trabalhando junto com ela no Colégio Decisão, a psicologia falou mais forte, “Mesmo trabalhando na escola, não conseguia me ver na área da educação atuando como pedagoga como a minha mãe. Ela nunca pressionou ou mesmo questionou a minha escolha, ela até sugeriu que fizéssemos magistério, mas sem pressão (em meio a risos). Confesso que hoje me arrependo, eu podia ter feito magistério, é que fiquei muito focada na área da saúde”.

Nove anos atuando…

Mary se empolga e vibra quando vai falando dos trabalhos que realiza ou realizou como psicóloga e demonstra um carinho todo especial à Fundação Foco de Luz.

Primeiro emprego…

“Na Fundação Foco de Luz foi o meu primeiro emprego como psicóloga, tenho um amor e gratidão pela fundação, ajudamos muitos adolescentes.

Atuei vários anos lá como psicóloga e tenho muito carinho pelos adolescentes com quem trabalhei, fico feliz quando encontro com eles e vejo que estão seguindo suas vidas e carreiras profissional.

Eu gosto muito da área comportamental da psicologia e hoje atuo com atendimento psicológico a crianças e adolescentes na Clínica e Academia  Reabilithare Fit”.

Ação Social…

Mary acredita que é importante contribuir com a sociedade, na comunidade onde vive, por isso atua de forma voluntaria no projeto Kairós, da Paroquia Divino Espírito Santo, dando sua contribuição como psicóloga. “Nesse momento, devido à pandemia não estou participando do Projeto e nem realizando os atendimentos na Reabilithare, pois tenho a minha filha que agora que fez um aninho. Mas quero voltar logo, logo a trabalhar nos dois locais”.

Lecionando…

“Fui contratada pelo  Sesi/Senai como psicóloga para dar aula aos adolescentes dentro de projetos, inclusive ligados à Foco de Luz, que inserem no mercado de trabalho os adolescentes, trabalhando com a questão da autoestima, postura e comportamento no trabalho, gostei muito da experiencia.

Outra experiencia que gostei nesse campo de aulas foi no curso que lecionei para os funcionários da prefeitura de Pinhão, em 2019, também via Senai, essa experiencia de trabalhar psicologia organizacional com adultos.  Gosto muito de dar aula nesses cursos, estou com saudades”.

Colégio Decisão…

Quando a Mary estava com 15 anos, seus pais Elisângela e Nilson adquiriram o Colégio Decisão.  A educação, devagarinho foi encantando-a. 

 “Eu e a minha irmã acompanhamos tudo. Éramos auxiliar do maternal. Na época penso que minha mãe queria que tivéssemos uma ocupação, mas essa ocupação se tornou uma paixão pela Educação Infantil e pela escola”.

Quando fiquei mais velha, trabalhei ajudando na parte administrativa e no setor financeiro da escola, mas sempre gostei de trabalhar com os bebês, adoro essa fase da criança.

Terminei a faculdade de Psicologia e passei a trabalhar com a Educação Infantil do Decisão. Quando a mãe decidiu que deveria ter uma unidade só para os pequeninos  ela me propôs  que eu coordena-se (entre risos), abracei a ideia e toco a unidade da Educação Infantil, tomei conta.

Acabei me encontrando, gosto de trabalhar com as crianças, na faixa etária da Educação Infantil, com os professores e de conversar com os pais.

Para qualificar mais o trabalho que faço, fiz uma especialização e Educação Infantil e Séries Iniciais, que me acrescentou muito.

Ela quer se aprofundar…

A experiência da minha mãe me ajudou muito, a prática me ensinou muito, meu curso de Psicologia contribuiu para meu trabalho. Porém, acredito que fazer Pedagogia é muito importante, vai qualificar mais ainda o trabalho que faço e oferecemos no Colégio Decisão, na unidade de Educação Infantil.

Trouxe a psicologia para a escola

“Psiquiatra Augusto Cury tem o projeto: Escola da Inteligência, que trabalha o desenvolvimento da inteligência socioemocional, uma proposta extracurricular que pode ser trabalhada da Educação Infantil ao Ensino Médio. Me apaixonei pela proposta, trouxe para a escola, hoje coordeno o projeto aqui na escola”.  

Preocupação de mãe…

 “A minha mãe sempre fala, “por que você não fica só na psicologia”, ela tem a preocupação que eu esteja presa por eles, mas eu tenho muito amor por isto aqui que construímos juntos, somos uma familia unida. Quando a familia está unida numa empresa, as coisas são diferentes, é outro olhar e tem um prazer a mais no trabalho que a gente realiza.

Além disso as mães estão muito acostumadas comigo, sentem  uma segurança, eu fiquei afastada por causa da licença maternidade, quando eu falei que ia voltar, recebi muitas mensagem de acolhimento, de incentivo.

Quero levar as duas carreiras porque também amo o meu trabalho como psicóloga e assim que a pandemia passar, vou retomar os atendimentos na clínica.

O amor…

Foto: Arquivo Pessoal

Mary, pode se dizer, é recém-casada com Henrique Rech, já que em 2021 completará três anos de casada, mas de vivência e convivência com Henrique, já se vai mais de uma década. “Como tínhamos amigos em comum, fomos nos aproximando. Nós começamos a namorar novos, eu tinha 17, ele 18 anos, assim, namoramos muito tempo, (entre risos) claro nesse tempo teve umas briguinhas, a questão de fazer faculdade, morar fora, voltar, em 2017 decidimos morar juntos, em 2018 nos casamos”.

Ser mãe…

Foto: Arquivo Pessoal

Em 2020 Mary passou, como diz ela “Pela maravilhosa experiencia de ser mãe”.

“Ser mãe é tudo de bom, ser mãe da Marina é maravilhoso!

Eu e o Henrique já conversávamos sobre termos filhos, o Henrique queria ser pai perto dos 30, eu também queira ser mãe aos 30, meio que combinamos.

Foto: Arquivo Pessoal

No mês do casamente parei de me cuidar e achei que ia demorar uns seis meses para engravidar e engravidei no primeiro mês, em julho de 2019 descobri que estava grávida e foi bem emocionante.

Minha vida sempre foi uma correria, trabalhava manhã, tarde e noite, porém quando eu escolhi ser mãe eu sabia que a minha vida ia mudar, nesse momento a Marina é minha prioridade.

A vida da gente é outra, é totalmente diferente, nasce um filho, nasce uma mãe e um pai. Com a Marina, a nossa rotina mudou muito, a forma de viver a vida é outra, tudo é por ela, primeiro ela.

A mudança já começa quando o bebê está no ventre, ali acontece algo mágico, maravilhoso. Misturado com o medo e a ansiedade, eu me perguntava, será que vou ser uma boa mãe, como vai ser a vida, será que vou conseguir conciliar trabalho e família?

O Henrique sempre dizia que queria ter uma filha e teve sorte, veio a Marina. Mas eu quero ter mais, não agora, gostei de ser mãe, é muito bom ter irmã.

Rede de Apoio…

Mary fala com muito carinho que para dar conta de tudo conta com uma rede de apoio.

“Eu estou conseguindo dar conta de tudo porque posso contar com a minha mãe, a minha sogra e principalmente da minha irmã. Nesse momento dependo muito da minha irmã, nunca precisei dela como agora, ela, em especial, tem sido fundamental. Eu digo, quando ela for mãe já vai ter aprendido tudo com a Marina, (entre risos) eu digo que a Marina é tampem filhinha dela”.

É essencial que toda mulher seja mãe…

Não necessariamente tem que ser mãe para ser mulher por inteiro, completa. Isso é essencial para aquela mulher que tem esse desejo de ser mãe. Para mim era, e a Marina me completou muito. Mas nada impede aquela mulher que não quer ser mãe ser inteiramente feliz.

Mulher de ontem e de hoje…

Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

“Tivemos bastante evolução no sentido de escolha das mulheres, antigamente elas eram muito retraídas, a maioria das escolhas delas na verdade não eram delas, eram dos pais ou do próprio companheiro, isso em todos os aspectos, seja a escolha do marido ou de como ela queria levar a vida.

Falta muito, mas ela já estão se colocando mais como prioridade.  Hoje as mulheres estão ocupando mais os espaços e cuidando mais da autoestima. Antigamente elas eram ensinadas que o bom era satisfazer o outro e não a elas mesmas. Hoje elas sabem que precisam se amar, escolher o que querem viver e como”.  

Preconceito, machismo…

Eu posso dizer que não vivenciei o preconceito e o machismo, mas eles existem e geram muita violência contra a mulher. A Mulher ainda carrega o peso do não poder isso ou aquilo por ser mulher. Toda mulher tem que ter o direito da escolha, isso é que a torna dona de si” .

Independência econômica…

 “Eu acredito que a independência financeira é importante, quando a mulher começa a ter o próprio dinheiro, ela ganha confiança. Ela percebe que tem condições de caminhar com as próprias pernas.

Mas se a mulher  escolhe se dedicar inteiramente ao companheiro, aos filhos e isso for  uma escolha dela, ela estiver se amando, se for saudável para ela, também é um jeito bacana de ser feliz, tranquilo.

Ser Mulher…

Foto: Arquivo Pessoal

Não é uma tarefa fácil, as mulheres passam por tantas coisas. Mulher é um ser humano incrível, corajosa, elas têm tantas responsabilidades e dão conta. Mulher carrega em si o desejo de ser protetora, do afeto, tem a característica de cuidar, de defender o outro. O mundo sem as mulheres estaria perdido”.

Recado para a Mary …

O que aconselharia a ela mesma se pudesse se encontrar com ela com 10 anos, a resposta veio rápida,

Tenha menos medo, viva mais intensamente, se preocupe menos com o pensar dos outros, relaxe mais.

Recado para as mulheres…

 Parabéns ! Aproveite o ser mulher todos os dias, não só no dia da mulher. Se amem, cuidem-se, protejam a autoestima de vocês. Cuidem do corpo, da mente, desfrute do ser mulher. Tenham vocês como prioridade, escolham coisas que vocês gostam. Enfrentem os desafios, aprendam com os erros e busquem sempre os  seus sonhos. Façam escolhas que satisfaçam vocês.

Sonhos…

“Eu ja me formei, trabalho no que gosto, tenho a minha familia, sou  mãe, meu sonho maior hoje é manter essas realizações, cuidar delas, crescer profissionalmente, aumentar a familia e viajar pelo Brasil.

Mary hoje é…

Mary Feliz
Foto: Nara Coelho/fatos do Iguaçu

Uma mulher com mais responsabilidades, mais madura e realizada.

 

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