Coluna Acontece Saúde

A doença pode acometer bebês nos primeiros dois anos de vida

Redação Fatos do Iguaçu

As crianças são como páginas em branco. Com o tempo, elas descobrem o mundo e entram em contato com coisas novas. Assim como a mente absorve as informações ao redor e desenvolve o aprendizado, a imunidade dos pequenos também se fortalece com o crescimento.

 A falta de amadurecimento do sistema imune das crianças até dois anos de idade faz com que elas se tornem preferência de agentes virais, como é o caso do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que geralmente causa a bronquiolite.

 Como o próprio nome diz, a Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é provocada por uma infecção nos bronquíolos, ramificações dos brônquios responsáveis por levar oxigênio aos pulmões. A inflamação gera um excesso de muco, dificulta a passagem do ar e, consequentemente, a respiração.

“Esse vírus é muito frequente. Ele acomete os bebês logo nos primeiros meses de vida, mas nem todos desenvolvem a doença clínica. Uma porcentagem tem o quadro clínico, outra infecta-se e nem sabe que teve, passando por um pequeno resfriado”, comenta dr. Renato Kfouri, médico pediatra infectologista da Associação Paulista de Medicina (APM) e primeiro secretário da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM).

 Um dos sintomas mais característico da doença é o chiado no peito. Com a dificuldade de trazer o ar para dentro dos pulmões, o bebê acaba apresentando cansaço, falta de ar e tosse. Apesar de raro, alguns também manifestam febre.   

 A doença pode acometer qualquer criança. Porém, existe um grupo com mais chances de desenvolver a bronquiolite de forma grave: os prematuros, portadores de doenças pulmonar crônicas e cardiopatias, os quais devem ter um cuidado especial.

 Como qualquer vírus, o VSR é altamente contagioso e a transmissão ocorre pelas vias aéreas ou por superfícies contaminadas. “Esse é um vírus que não gera imunidade perene e as reinfecções acontecem ao longo da vida. Os adultos continuam sendo transmissores, por isso é tão frequente e continuam circulando na comunidade”, explica.

 Segundo dr. Renato, nem todas as crianças com bronquiolite desenvolvem muita dificuldade de respirar, pois depende do grau de inflamação dos bronquíolos. “Se a infecção causada pelo vírus é maior, leva à necessidade de oxigênio, internação e fisioterapia. O tratamento é basicamente de suporte, não há uma droga específica contra o agente viral”.

 Na bronquiolite, o período de incubação do vírus é de, em média, cinco dias. A partir desse momento, iniciam os sintomas e, geralmente, de cinco a sete dias acontece o pico de piora da doença. A melhora é lenta, levando de duas até três semanas para a recuperação completa.

Em longo prazo, a sensibilização provocada pela patologia pode associar-se a chiados recorrentes, acompanhando o bebê nos próximos resfriados. Ou seja, quanto menor a idade que a criança desenvolve a bronquiolite, maiores as chances de frequentes chiados no peito.

Algumas medidas são recomendadas para evitar a doença, como não expor o bebê a grandes aglomerações, evitar contato da criança com adultos com sintomas de resfriado, realizar o aleitamento materno, cuidar da higiene das mãos e não expor a criança ao tabaco. 

 Apesar de não haver tratamento específico, é feito uma imunização preventiva no grupo de risco.

 “Existe uma imunização passiva. Então, prematuros que nascem com menos de 32 semanas de idade gestacional e bebês cardiopatas ou com doença pulmonar crônica da prematuridade podem receber essa prevenção em doses mensais durante a estação do vírus. Apesar do alto custo, ela está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos planos de saúde”, pontua dr. Renato.

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