Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

IRREFLETIDA REFLEXÃO 01 – Deveríamos, ensina-nos São Josemaria Escrivá, colocar Cristo no topo de todas as nossas atividades. De todas elas. Precisaríamos fazer tudo por Ele, com e para Ele. Todavia, muitas vezes colocamos o mundo com seus sortilégios no cume de todos os propósitos de nossa vida e, de modo sacrílego, sem ponderarmos devidamente, acabamos elevando nosso ego vaidoso acima Dele e, com nossos gestos dizemos que queremos que tudo seja por nós, com o mundo e para nosso deleite.

IRREFLETIDA REFLEXÃO 02 – Onde está o Reino dos Céus? Próximo. Como faço para chegar a ele? Fazendo em minhas escolhas a opção preferencial por Ele que, por definição é aquilo que é muito mais Eu do que eu mesmo. Aceitá-Lo e permiti-Lo imperar em meus gestos, atos e palavras é realizar em meu coração e em minha vida aquele que eu devo ser frente a eternidade. Negá-Lo é fazer-me agrilhoar através de malfadados gestos, atos e ditos, negando-me a Ser frente a eternidade devido a minha opção preferencial por meu vaidoso e soberbo ego.

IRREFLETIDA REFLEXÃO 03 – Vigiai. Orai e vigiai sempre. Com pouca frequência damos a devida atenção para essa lacônica advertência que nos é feita pela Sagrada Escritura. Preferimos, de maneira inadvertida, viver nossos dias inconsequentemente, permitindo-nos ceder a todas as nossas paixões e, sem temer e tremer, nos entregamos a todos os subterfúgios mundanos que nos assaltam pelas brejas abertas por nossas paixões em nossa alma. Pensamos, como pensamos, que todas as nossas paixões têm o direito de serem satisfeitas sem, necessariamente, termos de carregar os ônus de nossa insustentável fraqueza.

IRREFLETIDA REFLEXÃO 04 – Há um adágio escolástico que carrego em meu coração. Adágio esse que reza: quanto mais eu sei, mais eu sou. Quanto mais conhecemos, mais nos aproximamos da Verdade que amamos. Quanto mais amamos a Verdade, mais queremos conhecê-la e nos conhecer através Dela. Quanto mais e mais conhecemos amorosamente a Verdade, mais ela alumia e modela a nossa alma.

IRREFLETIDA REFLEXÃO 05 – Diga-me quem você admira; quem você elege como modelo de conduta, que eu direi de que o teu caráter é feito.

Nossas referências existenciais apontam o caminho que pretendemos trilhar; elas emolduram a amplitude de nosso horizonte de percepção.

Há referências que identificamos; que reconhecemos como nossas na mesma medida que somos delas, mesmo que desconheçamos o que exatamente elas sejam.

Porém, aqueles indivíduos que vivem suas vidinhas vadias com base num tosco pragmatismo cínico, que dizem viver de acordo com os seus “juízos” e que nada imitam, também têm lá a sua multidão de referências. Referências inconscientes.

Para o desgosto inconfessável de gente assim, essas referências são tão desconhecidas por elas quanto essas são atuantes na personalidade de papelão desses tipos humanos; atuantes enquanto forças modeladoras no caráter de geleia destes indivíduos que, infelizmente, não são poucos não.

IRREFLETIDA REFLEXÃO 06 – A democracia torna-se vã, uma palavra oca, se perdemos o senso aristocrático de nosso horizonte. Um povo que abdica da verticalidade dos valores; uma sociedade onde ideologias políticas espúrias exaltam a valorização dos elementos mais baixos da alma humana; e um Estado que fomenta a desonra ao mérito são as colunas duma oclocracia, os alicerces duma mediocracia, as bases para uma canalhocracia, mas jamais serão os fundamentos de uma democracia, pois um povo sem senso aristocrático não é povo, é massa. Apenas uma vil e degradada turba massificada.

IRREFLETIDA REFLEXÃO 07 – Não queira que a verdade seja generosa contigo se você não é persistente e disciplinado em sua procura. Não queira que o conhecimento e a compreensão sejam abundantes em sua alma se você não é generoso em sua disposição aos estudos.

(*) Professor e bebedor de café.

e-mail: [email protected]

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