Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

Décadas atrás lemos um texto de João Féder, ex-Conselheiro do Egrégio Tribunal de Contas do Paraná, onde ele fez uma análise dos prejuízos causados pela incompetência, que aliado a corrupção faziam e fazem grandes estragos a Nação.

            O texto nos impactou, mas não mudou  a nossa sensibilidade de tolerância a incompetência, aos erros/falhas, mas reforçou convicções de combate implacável a corrupção e desonestidade.

            E até inspirado no texto de João Féder, fizemos uma crônica sobre incompetência, publicada na edição de 16-31/10/1990 no Jornal “A Voz do Pinhão”.

            Voltamos ao assunto, porque temos nos últimos tempos em Redes Sociais, e mesmo no meio político, ouvido e lido muitos ataques as falhas ou insatisfatório desempenho dos outros em suas áreas de atuação, e como se a realidade fosse, de que internautas, pessoas atrás de telas de micros, notebooks, teclas de celulares, microfones fossem pessoas fora de série, dez, maravilhosas, exemplos, referências e até sábias.

            Dessas reflexões muitas matutadas sobre as dualidades: bem e mal, vulgaridade e cidadania, público e privado, individualismo e cooperativismo e generosidade, e antíteses do gênero.

            Disso tudo nunca é demais ressaltar a importância do buscar informações, conhecimento, capacitação, mas também ao mesmo, ter uma certa tolerância com as vezes o fraco desempenho seu e dos outros, pois, qualquer avaliação que a gente faça de desempenho, o atingir nota 5 (cinco) a 7 (sete) não é tarefa fácil, e com esse desempenho, as maiores conquistas e resultados, exigem mais que isso, e sucesso e pódios são para poucos e passageiros, mas o bem e justo ficam para sempre e valem a pena.

            Em outras palavras, não é demérito e sim virtude, generosidade, um bem, ser tolerante com a incompetência, desde que não tenha no seu costado, qualquer ato de desonestidade, corrupção e males do gênero.

            Nessa linha de raciocínio, mais uma vez o registro do entendimento, de que é feio e até ridículo a incoerência do rigor,  do ser implacável só ou mais para com os outros, e não ser austero para consigo próprio. Ou querer justificar ações do mal, em cima de boas causas. Tipo, se envolve no narcotráfico, exploração dos mais fracos e oprimidos, tomada do básico e essencial dos outros, criminalidade, roubalheira, enriquecimentos ilícitos, privilégios,   e daí, na garupa de dízimos, doações para eventos, escolas de samba, programas e ações sociais, engambelações  querer se passar por bonzinho.

            Na madrugada do dia 28/05/19, mais uma vez assistimos o programa Conexão Repórter, com Roberto Cabrini, sobre moradores de rua, a menina Yasmin, e ficamos impactado, de como pessoas vendo a triste realidade de falta de moradia e trabalho digno, enfim, miséria de muitos, e ainda, têm a desfaçatez de se apropriar de recursos públicos destinados a habitação, merenda, saúde.

            Assim e para encerrar, fraco desempenho, incompetência, erros, falhas, são aceitáveis, toleráveis; já desonestidade, corrupção, e males dolosos,  há que se ser implacável, e sem essa de idolatria e ter bandidos como heróis.

            (Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista, cidadão)

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