Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

São incoerências, falar um coisa e fazer outra; um ser como candidato defender coisas boas e no Poder fazer o contrário ou o que achava feio na ação dos outros; ser reclamão e exigente para com os outros, e pouco ou nada consigo mesmo ou os seus. Mudar, se atualizar é preciso, mas não como se muda de roupa, ou só por particularidades e ao sabor do vento e conjuntura.

      Não lembro quem era os personagens, mas meu finado pai Eugenio Estevam Caldas, contava de um fato real de prática e livrinho de  alfabetização ocorrido no Pinhão, em que havia figuras e o nome em baixo, e que os alfabetizandos soletravam diziam o nome de cada coisa. E que um fez a soletração PA – PA – TO – TO   – MARRECO, e levou um baita de um “pé de ouvido”, no lugar de reguada, palmatória ou truculência do gênero, que ainda ocorria nos meus tempos de escola primária nos anos de 1963-1967.

       Nesse contexto nos veio também a lembrança de que quando fomos candidato a Vereador pela primeira vez em 1988, no pós crise, desvios recursos do PRAM,  uma das frases de efeito que mais nos rendeu voto foi quando dissemos e o público vibrou num comício na rua Francisco Dellê, Comigo vai ser assim: “escreveu não leu, o pau comeu”. E quase que sem fazer campanha de rua e pedido  de votos em casas, e pregando  coerência, austeridade, pegamos 663 votos e fomos o segundo mais votado no pleito.

        E o   PA –  PA, TO  – TO – MARRECO, e o escreveu não leu, o pau comeu”, estão relacionados, e são impactantes e importantes na formação, educação e atuação de um ser, pois, um mínimo de linha, princípios, valores, ideiais,   austeridade, coerência, são fundamentais na vida de todo e qualquer ser. Você não pode ser muito volúvel, e muito flutuar ao sabor da conjuntura, e ser o chamado “Maria vai com as outras”. Ou  o “galo de chaminé”,  de fala de Vereador  e que agora até pessoas estão repetindo e fazendo outras postagens ofensivas nas transmissões da sessão da Câmara, pelo facebook, e que levou até essa instituição fazer em 6/8/2020 um Pedido de Inquérito Policial, sobre Fake News, perfis falsos, enfim crimes cibernéticos.

        Em outras palavras, não é salutar, radicalismos, extremismos, o oito ou oitenta, o ferro e fogo, o tudo ou  nada, o  Vale Tudo de uma novela de sucesso,  a teimosia, draconismo, o ser turrão, mas também não: excesso de tolerância com os diferentes, omissões, passividade, com os volúveis, incoerentes, e que trocam de lado e posições  como se troca de roupas. E há alianças política  entre seres que um já acusara o outro de ladroagem e males do gênero, que mais parecem  “conchavos” ou “formação de quadrilha”.

            Esta reflexão tem relação íntima, com o princípio da eficácia, que é fazer as coisas certas e atingir os objetivos planejados, e se ter um mínimo de coerência entre  o que lê, diz, escreve, prega e faz. Pato não é marreco, nem ganso, é pato. Pau é pau, pedra é pedra, sim é sim, e não é não; com a crença de que a VIRTUDE está no MEIO, e ninguém pode servidor a dois Senhores.

            Por essa e outras, é que este escriba e pensante, apesar de maior flexibilidade, experiência, maturidade adquirida em décadas de militância, está bem consciente, de que está hoje um político jurássico, anacrônico,   sem “jinga”/“jogo de cintura”, da correta constatação feita  em 1992 pelo médico Dr. João Maria Mendes de Lima.

       (Francisco Carlos Caldas, advogado,  político municipalista e cidadão)        E-mail “[email protected]”. 

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