Por Dominique Acirema S. de Oliveira
Eita frasezinha furreca essa…. e nem digo isso pelo fato mais que notório que citações como essa normalmente são ditas por mancebos que anseiam pela revolução tramada pelos caros Iphones; sabem tudo de sociologia, filosofia e das ciências em geral, mas vivem numa crise que nem ao menos sabem dizer se são meninos ou meninas.
Pois é, a biologia aqui é descartada, vilipendiada e rotulada como preconceituosa… a ciência é relativa aqui… menos no quesito vacina, aí ela tem que ser ouvida, creditada, louvada, alçada à termos divinos… vai entender….
Mas voltando ao tema justiça.
Participei de uma palestra onde algumas suspeitas minhas acabaram por se confirmar…. e vamos direto ao ponto. Depois que me envolvi no mundo do Direito acabei por notar que a justiça nada mais é que o poder argumentativo da parte. Em outras palavras, não interessa onde está a verdade, interessa se seu argumento tem poder de convencimento, tem verossimilhança e tem cheiro agradável.
Resumidamente essa era a tônica do notável juiz que falava em alto e bom som: – Se você está aqui, fazendo 5 anos de Direito, para fazer justiça, você está no curso errado! – Olhares se cruzavam dos professores ali presente, que ainda insistiam na mística do Direito e no poder da crítica social. (Mazááá Paulo Freire véio, critique tudo, menos o que eu disser ser a verdade ou mesmo a própria crítica, essa não pode ser criticada, maldito relativismo…)
E aqui sim vemos, em toda sua glória o relativismo herdado das luzes. A justiça deixa de ser vertical para se tornar horizontal o que muda todo o conceito, construção e sua busca.
Quem nunca escutou que atire o primeiro deslike: o que é justiça para você pode não ser para mim. Eita!!!! Olha aí o materialismo/relativismo comendo solto ….
Eu concordo que nem mesmo grandes filósofos e teólogos conseguiram de forma satisfatório uma conceitualização minimamente abrangente do termo justiça, entretanto, sua busca se concentrava em algo para além do meramente físico do meramente efêmero, visava o transcendental o infinito a perfeição.
Veja, Santo Agostinho defendia que a justiça é dar para cada um o que é seu, punindo os que não agem de forma correta, claro, aqui bem sintético.
Não defendo uma vida intelectual puramente cunhada em livros, até porque o excesso de abstração também é um mal, temos um corpo físico e as decisões são reais as dores são reais as angustias são reais, e o remédio para isso, parafraseando Burke, os problemas reais, concretos e tangíveis exigem remédios no igual plano, não é possível operar as mazelas sociais com remédios metafísicos. Assim como São Tomás que consagra um artigo da “Suma” para provar a necessidade de apoiar na realidade o julgamento, isso porque ele defende que a realidade é o fim último do juízo.
Portanto, não nos deixamos confundir, a realidade é um espectro de importância ímpar da compreensão do movimento universal e principalmente para além. (“Os céus declaram a glória de D-us e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Salmos 119.1”)
Sim, observo o criado e inevitavelmente percebo uma realidade espelhada, com a régua em 90º em relação ao solo busco a medida principal da justiça e aplico em ângulo raso. Isso é o que foi buscado e deveria ainda assim ser. Porém, na idade moderna pós luzes, por vezes essa régua nem mesmo existe, porque é relativo, se pararmos para ver tudo é correto nada é errado “é tudo da lei”, tudo é justo ou injusto “sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra”.
Para não me alongar mais que cavalo de carreira quero terminar aqui fazendo novamente menção e uma possível construção que vem sendo inserida nas sociedades: “Fazes o que tu queres, há de ser o todo da Lei.”
“O todo da Lei…”, justiça pode ser a conclusão lógica dessa “lei”? A minha justiça? Fazer o que quero? Pior, quem é esse “incircunciso” que afronta a objetividade da Justiça absoluta? Falaremos dele e da sua influência nos próximos capítulos, até lá: “Viva a sociedade alternativa!”.
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