Por ANPr
O governador Carlos Massa Ratinho Junior esteve nesta quinta-feira (17) na Agropec, nova feira agrotécnica de Guarapuava, no Centro-Sul do Estado. No encontro com produtores, na abertura do evento, o governador destacou o fim da vacinação contra a febre aftosa no Paraná e disse que a região será beneficiada pela medida.
“Guarapuava tem uma cooperativa muito forte no segmento de bovinos, na industrialização e processamento da carne e a medida terá impacto positivo em toda a cadeia. A decisão coloca a pecuária de todo o Estado em outro patamar, fortalece a produção de bezerro e o material genético, além de ampliar a cadeia produtiva e a geração de empregos”, afirmou Ratinho Júnior.
A suspensão da vacinação foi autorizada por instrução normativa assinada na terça-feira (15) pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
O fim da vacinação, ressaltou o governador, significa ampliar a vigilância nas fronteiras e o controle dos rebanhos, além de possibilitar a atração de mercados que ainda não compram carne do Paraná. “Abre oportunidade para o agronegócio do Estado competir com os principais países. Vamos produzir mais carne, exportar para o mundo e fazer todo esse processo com incentivo na industrialização das cadeias produtivas”, complementou.
VENCER BARREIRA – Para o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o Paraná precisa avançar na pecuária de corte e vencer a barreira média de meio boi por hectare no Estado. “Avisamos que um dia o Paraná seria área livre de vacinação da febre aftosa. Vamos aliar isso a uma pecuária de mais resultados, com boa oferta de carne, maciez, suculência, bois precoces ou semiprecoces”, disse.
“Alguns lugares do Paraná ainda praticam uma pecuária sanfona, no verão para grãos e inverno para pastagem. Mas Guarapuava já tem outra chave. A pecuária local é de resultado, com nicho de mercado com carnes mais nobres, que o mundo está disposto a pagar”, complementou Ortigara. O secretário também destacou que o País deve aumentar em 100 milhões de toneladas a produção de grãos na próxima década, movimento que será acompanhado pelo Estado, e que a produção paranaense deve crescer pelo menos 70% na suinocultura e dobrar de tamanho na piscicultura.
PEDIDO ATENDIDO – O presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Cláudio Marques Azevedo, disse que comemora o fim da vacinação contra a febre aftosa. “Era um passo que precisava ser dado. O produtor sempre fez a sua parte. Agora, com essa evolução, conseguiremos novas fronteiras para a carne e o leite. Isso trará melhor remuneração aos pecuaristas do nosso Estado”, disse.
AGRONEGÓCIO PLANEJADO – Esta é a primeira edição da Agropec, que substitui a antiga Expoguá – realizada por 43 anos. Promovida pela Sociedade Rural Guarapuava (SRG), com apoio da Cooperaliança, Faculdades Guarapuava e prefeitura, a Agropec tem como um dos focos a difusão de conhecimentos aos produtores, além de ofertar leilões de animais, exposição de animais, balcão de negócios de ovinos, provas oficiais do cavalo crioulo, além de gastronomia regional e tropeira. A expectativa é, até domingo, reunir cerca de três mil pessoas e movimentar R$ 3 milhões com os leilões de cavalo crioulo, angus e gado geral.
O presidente da Sociedade Rural, Cláudio Marques Azevedo, afirmou que o objetivo com a nova feira foi inovar, com outra abordagem na região. “É uma feira voltada para o produtor rural, para treinamento e palestras técnicas. A ideia é fortalecer o setor na região”, disse.
Para o governador, as feiras agropecuárias ajudam o agronegócio paranaense a crescer e buscar novas tecnologias. “As feiras paranaenses deixaram o entretenimento de lado e se voltam para o mercado e a academia. A nossa agricultura está na frente de outros Estados em função dessa conjuntura”, afirmou Ratinho Junior.
Segundo ele, o Paraná planeja seu agronegócio de forma estruturada porque respeita essa vocação. “As feiras e as cooperativas têm papel fundamental nessa cadeia produtiva que garantirá segurança alimentar para o Brasil e o mundo”, destacou.
FIM DA VACINAÇÃO – A instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proíbe o uso e a comercialização da vacina contra febre aftosa no Paraná a partir de 31 de outubro. A campanha de vacinação será substituída pela atualização do rebanho, que acontecerá duas vezes por ano, nos meses de maio e novembro, nas unidades da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) ou diretamente no site www.adapar.pr.gov.br e instituições autorizadas, como algumas prefeituras e sindicatos rurais.
A instrução representa mais uma etapa do processo que visa a obtenção do reconhecimento de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação pelo Ministério da Agricultura em setembro de 2020 e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em maio de 2021. Isso possibilitará ao Estado ampliar o comércio mundial de carnes, acessando mercados que têm restrições ao rebanho vacinado. Além disso, a economia estimada para os produtores paranaenses com a suspensão da vacina é de R$ 30 milhões.