Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

      Folclore, do inglês folk (povo), e lore (conhecimento), que significa sabedoria popular, é algo muito interessante, importante e fascinante.

      Desde os primeiros contactos que tivemos com esse tema, ficamos muito encantado com ele.

     Na nossa infância é antes de entrar na escola, convivíamos com contos, canções populares, tradições, lendas, ditados, provérbios, crenças, crendices e costumes. E muitas histórias de visagens e lobisomens.

      Adorávamos história de visagens, mas depois quando ficávamos no escuro e sozinhos, sofríamos muito medo, mas apesar disso em roda de adultos ao redor de uma fogueira e cozinha de chão, nos deliciávamos com as mesmas.  Meu irmão Ari Dellê Caldas e seu Fleury Ferreira de Lima, hoje ambos de saudosa memória, foram uma riqueza de  historia de visagens, e de coisas engraçadas.

       Quando no primeiro ano do curso de Direito na UEPG, em 1975, na disciplina de sociologia, fizemos um trabalho sobre CRENDICES POPULARES, e algumas crendices que contamos numa apresentação, colegas muito apreciaram e se divertiram com certas coisas feitas do imaginário popular.

       No início da década de 1980, quando ministrávamos aula de Educação Moral e Cívica, no antigo Colégio José de Mattos Leão, hoje Professor Mário Evaldo Mórski, com apoio da professora Anita Tesserolli Hemmig que era Diretora na época,  promovemos um evento, a Noite do Folclore, em homenagem ao dia do Folclore é 22 de agosto, e apesar dos problemas que tivemos com som, cortina no palco que não deslizava direito, o Salão Paroquial da Matriz de Pinhão, encheu de gente. Foi um sufoco, e muito superação, mas alunos fizeram bonito, e Saci Pererê, Negrinho do Pastoreio, Curupira, e outros personagens estiveram presente. O ingresso era qualquer coisa: alimento, calçado e roupas ainda que velhas e usadas, e bastante coisas foram arrecadadas e repassadas para a Secretaria de Assistência Social do Município.

      Luis da Câmara Cascudo (1898-19986), Catulo da Paixão Cearense (1863-1943), Paixão Cortes (1927-2018) são nomes  de peso na área.

       Muitas superstições e crendices populares  geram legados catequéticos e educativos. Deixar chinelo ou calçado virado. A mãe morreria. Aí as primeiras lições de organização, contra bagunça, os folgados de hoje, e aí por diante.

       Eventos folclóricos precisam acontecer mais em nosso meio. Não só de tradições gaúchas, mas daqueles dos causos e canções que muito gosta Roland Boldrin e outros expoentes do gênero.

           Folclore foi e é muito importante em nossas vidas.

(Francisco Carlos Caldas, advogado,  municipalista e cidadão)

 

 

     

 

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