Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

Já ouvimos  mentes respeitáveis dizerem que em política é importante o candidato, a pessoa. Que fidelidade partidária é bobagem ou não é importante.

      Respeitamos o posicionamento, mas discordamos. E temos o entendimento que quem pensa na maneira acima não deve ser filiar à partido político, pois, quem quer ser livre assim para votar, o melhor é não se filiado.

      Não é de boa política e até tenho como ridículo, pessoas que são ou querem se passar por líderes políticos, ele estar num partido, a esposa, filho ou algum outro familiar chegado em outra agremiação partidária, ficando com isso uma forte impressão de querer tirar vantagem em várias frentes, e estar de bem com vencedores, não importando quem.

      O questionamento que essa situação gera é: que líder de meia pataca é esse que não consegue agregar nem os seus familiares chegados em suas causas e bandeiras? E a falta de coerência nisso!

       É claro que ninguém é dono de ninguém, e que cada um tem ideias próprias a age a sua maneira, mas que cada membro de uma família militando num partido, que seja  só em função desse contexto e o inalienável e sagrado direito de liberdade que cada um tem. E não por outra coisa.

      No dia 2/08/2018, fizemos na Câmara Municipal, uma abordagem sobre Partidos Políticos, para a Câmara Mirim e alunos do Colégios Mórski e Decisão, de Pinhão. E informamos sobre as espécies de partidos: de ideologia, de afeição, de interesse e o eclético, e algumas considerações sobre proliferação de Partidos no País, polêmico, questionável e dispendioso Fundo Partidário, e leve toque sobre fidelidade partidária que somos defensores.

      Nas eleições de 2016, o MDB de Pinhão teve 5 candidatos do sexo masculino e 5 do feminino, e não elegeu nenhum Vereador, e um grande fator disso foi que muitos filiados votaram em candidatos de outros Partidos, como se nenhum dos 10 prestasse, ou nenhum se identificasse com a sua ideologia, interesse. E deu no que deu. O quatriênio 2017-2020, o MDB ficou sem representante, e as ideologias, programas, compromissos, bandeiras, causas da agremiação se foram para as cucuias, e o Partido ficou órfão, refém dessa conjuntura, e se não houver um repensar sobre isso, corre o sério risco, de mais um vez não eleger ninguém.

Essa falta de sintonia entre militantes, candidatos  e filiados, leva a conclusão de  que algumas ou todas essas partes estão em um lugar errado. E o melhor ou menos pior é desfiliação de quem deixou de militar, ou daquele que no Partido não vê mais futuro de exercer influência, ou de não mais se identificar com ninguém ou posicionamentos da  agremiação. Para os desencantados com partidos e políticos, o projeto República Pinhão que  Queremos/REPIQUE, é um atenuante e saída.

      Para encerrar a reflexão, o posicionamento deste pensante que é feio e até ridículo, filiados de qualquer partido, fazerem campanha e votarem para candidatos de outro partido. O menos pior na nossa idiossincrasia e antes de deixarem a agremiação, é que ao menos que o voto seja secreto, para um constrangimento menor. E o regime democrático é assim mesmo, vence a maioria  e as vezes é por um ou meia dúzia de votos, e aos vencidos a tristeza de não vencer, mas sem a vergonha   e co-responsabilidade de ter sido omisso, incoerente ou não lutado por aquilo que acredita de interesse público.

       Francisco Carlos Caldas, advogado,  municipalista e cidadão filiado num só Partido desde 10/11/1981).      

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